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Estudantes se reuniram na Paulista para reinvidicar liberdade de expressão

Eles vão às ruas, mas antes, o encontro é on-line. Essa é a nova geração de jovens universitários que tentam fazer valer suas palavras no mundo real, sem abrir mão do virtual. Na Espanha, milhares de estudantes ocuparam as ruas e as praças públicas pedindo mais discussão a respeito das mudanças na Lei Sindle, que propunha desconectar da rede usuários que fizessem download ilegal.

Antes disso, manifestações populares na Líbia e no Egito tornaram públicas as necessidades de mudanças governamentais. O ditador Hosni Murabrak caiu e a luz da democracia voltou a raiar em países que não sabiam o que era isso há décadas.

Em São Paulo, depois de uma decisão da Associação de Moradores de Higienópolis, a Prefeitura da cidade decidiu cancelar a construção de uma estação de metrô na Av. Angélica. De acordo com os moradores do bairro, a estação aumentaria o trânsito de “pessoas diferenciadas” no local. A expressão não poderia virar outra coisa: manifestação. Imediatamente transformado no novo meme da Internet o “Churrascão da Gente Diferenciada” reuniu centenas de pessoas em uma passeata contra a exclusão social.

Semanas depois a cidade foi novamente palco de protestos populares. Grupos organizaram, mais uma vez pela Internet, a “Marcha da Maconha” decidida a abrir novamente os debates sobre a legalização da droga. Proibida pela Justiça, a “Marcha da Maconha” se tornou a “Marcha Pela Liberdade de Expressão”.

Inspirados pela confusão durante “Marcha Pela Liberdade de Expressão”, twitteiros descontentes organizaram a “Marcha Pela Liberdade” aderindo pessoas com a hashtag “#marchadaliberdade”. Mais de 3 mil pessoas foram até a Av. Paulista gritar contra a hipocrisia. De acordo com o estudante Rafael Chagas, “enquanto houver motivos, estaremos marchando. O único motivo para eu ir à Universidade é conhecer e aprender a viver no mundo de hoje”.

Todos esses movimentos têm uma coisa em comum: começaram pela Internet e por jovens estudantes. Tida como a “geração sofá”, os jovens nascidos depois dos anos 80 carregavam os estigma de não ter porquê lutarem. Entre uma manifestação e outra há um espaço de debate e conscientização criado na Internet que possibilita jovens do mundo inteiro a se unirem e conversarem sobre um ponto em comum. Esse é o intuito do grupo do Facebook “Democracia Real Ya!” criado inicialmente na Espanha e com o modelo espalhado por diversas cidades no mundo. Nele, jovens universitários discutem assuntos de interesse mútuo e organizam encontros e debates.

Como ele existe o “No Les Votes”, manifesto espanhol hospedado em um site Wiki. O grupo, aliado ao movimento

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Na Espanha, a luta é por um país melhor

“Juventude Sin Futuro”, pretende boicotar os partidos que votaram a favor da Lei Sindle.

E com grupos e movimentos como este espalhado pelo mundo é possível desenhar um mapa online de manifestações organizadas por jovens que decidiram sair do sofá.

De ditadores a marchas pela legalização de drogas, universitários ao redor do mundo permanecem unidos contra a inércia e alienação política. A questão é saber até quando os protestos continuarão saindo da rede e indo às ruas.