Movimento Sincopado celebra o choro da antiga

"Choro em 78 rpm" na Biblioteca Pública Cassiano Ricardo

A Discoteca Oneyda Alvarenga, do Centro Cultural São Paulo, possui vasto acervo de discos em 78 rotações por minuto que traçam um amplo panorama do que se produziu, registrou e cantou nas primeiras décadas do século passado.

O choro, gênero instrumental brasileiro por excelência, está bem representado nesta coleção e é celebrado em uma série de espetáculos especiais, de 10 de novembro a 15 de dezembro, às quintas-feiras, na Biblioteca Pública Cassiano Rodrigues. A entrada é Catraca Livre.

Quem promove os shows da série “Rodas de Choro em 78 rpm” são integrantes do Movimento Sincopado (coletivo de conjuntos de choro de São Paulo) como o trombonista Allan Abbadia, Maik Moura (vioão tenor e bandolim), o cantor Roberto Saglietti Mahn (Roberto Seresteiro) e o clarinetista André Parisi.

Cada um dos chorões interpretará músicas de compositores da antiga, cuja obra está reunida na Discoteca. Haverá, ainda, audições do acervo de discos em 78 rpm entre as apresentações.

Confira a programação completa:

dia 10

às 19h30

Allan Abbadia interpreta Raul de Barros

O choro do trombone de Raul de Barros, considerado um dos monstros sagrados do instrumento no Brasil e um dos grandes compositores linhas melódicas de choro para instrumentos de sopro ganha tributo.

Allan Abbadia é um jovem instrumentista que estuda e pratica trombone desde a adolescência, tendo tocado com grandes nomes da música brasileira como Germano Matias, Roberto Silva, Wilson das Neves e Dona Ivone Lara. Atualmente prepara seu primeiro álbum solo.

dia 17

às 19h30

Maik Moura interpreta Garoto

Garoto foi o maior expoente na arte do violão tenor, instrumento semelhante ao violão, mas que possui apenas quatro cordas, de timbre mais grave.

Maik Moura faz uso deste tipo de violão e também do bandolim nesta apresentação. Ambos os instrumentos servem tanto para o solo (mais usual) como para o “centro”, acompanhamento.

dia 24

às 19h30

Roberto Seresteiro e o choro cantado

O choro, gênero instrumental, muitas vezes ganhou letras preciosos de nomes consagrados como Vinícius de Moraes e Hermínio Bello de Carvalho. “Carinhoso”, por exemplo, era uma música instrumental de Pixinguinha e recebeu a letra histórica de João de Barro.

Roberto Mahn, o popular Seresteiro, interpretará choros que receberam letras. “Lamentos” (Pixinguinha e Vinícius de Moraes) está no repertório.

dia 1º/12

às 19h30

André Parisi interpreta Abel Ferreira

O clarinetista Abel Ferreira é a grande referência deste instrumento de sopro dentro do choro.

André Parisi segue a linha do mestre na apresentação do primeiro dia do último mês de 2012.

dia 8/12

às 19h30

Júlio César interpreta Waldir Azevedo

O cavaco, instrumento utilizado no “centro” (acompanhamento) torna-se, aqui, solista. Waldir Azevedo foi o maior expoente do choro para cavaquinho.

dia 15/12

às 19h30

Felipe Soares interpreta Luiz Gonzaga

A sanfona de Luiz Gonzaga não se restringiu aos baiões e forrós gravados por ele. Choros também foram solados pelos “oito baixos” do mestre. Dominguinhos também foi outro sanfoneiro a transitar pelo choro. Felipe Soares segue essa linhagem.

Por Redação