Diretor de “A Dama do Lotação” ganha retrospectiva

"Neville D'Almeida - Além do Cinema" reúne sessões de filmes, shows e workshops

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Programação conta com sessões na instalação "Cinelotação"

Autor de notoriedade internacional e alta relevância na história do cinema brasileiro, Nevilla D’Almeida tem sua trajetória marcada pelo experimentalismo do período efervescente dos anos 60 e 70. De forma singular, suas obras alcançaram tanto a indiferença quanto a consagração popular.

É do cineasta mineiro o segundo filme de maior bilheteria da história do Brasil. “A Dama do Lotação”, adaptação da obra do escritor centenário Nelson Rodrigues levou mais de 6 milhões pessoas às salas, mantendo-se recordista de público por 32 anos.

O Sesc Santo Amaro prestigia a obra do autor  com uma mega-retrospectiva . De 17 de maio a 8 de julho, a espaço promove “Neville D’Almeida – Além do Cinema”, que apresenta o universo de influências e ações do cineasta, por meio da exibições de seus filmes, espetáculos musicais e teatrais, bate-papos e exposição de artes plásticas.

A série de atividades com entrada paga e também Catraca Livre – como as sessões de cinema – está detalhada no site da unidade.

O Catraca Livre destaca abaixo três longas-metragens presentes programação de cinema.

A Dama do Lotação

A Dama do Lotação (Brasil, 1978, 111’, dir.: Neville D’almeida. Classificação – 16 anos)

Terça-feira, 22, às 20h

Solange e Carlos se conhecem desde a infância e se casam. Na noite de núpcias, Solange resiste ao seu marido, que, impaciente, acaba estuprando-a. Solange fica traumatizada e, apesar de desejar Carlos, não quer mais nada com ele. Para se satisfazer, ela começa a fazer sexo com homens que não conhece, que encontra andando de lotação. Adaptação da obra de Nelson Rodrigues.

Navalha na Carne

Navalha na Carne (Brasil, 1997, 105’, dir.: Neville D’Almeida. Classificação – 16 anos)

Terça-feira, 29, às 18h

O cafetão Vado entra de madrugada no quarto da prostituta Neusa Suely em busca de dinheiro, que descobre ter desaparecido. Para livrar-se das acusações de Vado, Neusa alega que o homossexual Veludo, seu vizinho, furtou o dinheiro. Os três personagens começam então a viver uma pequena tragédia ambientada no submundo carioca. O filme mostra a força avassaladora da dramaturgia de Plínio Marcos, autor da peça adaptada.

Mangue Bangue

Mangue Bang (Brasil, 1971, 55’, dir.: Neville D’Almeida. Classificação 16 anos)

Terça-feira, 3 de julho, às 20h

O filme aborda a corporeidade dos seres humanos, sobre a condição humana como inteiramente potencializadas, transcendida e contida por corpos em sua dimensão escatológica final. Sem uma narrativa clara ou roteiro pré-determinado, sem vozes e para além da ficção, no qual amor e esforço são da mesma matéria, onde prazer e sofrimento são ambos expressos através de momentos aparentemente silenciosos de riso e grito.

Por Redação