Aposentada faz terapia do abraço na Cracolândia
Ela acredita no poder transformador de um gesto de carinho. Por isso todas as noites a assistente social aposentada Maria Albertina França, 70 anos, a dona Tina, distribui abraços na Cracolândia, região no centro da cidade de São Paulo onde há intenso tráfico da droga.
Quando ela chega, muitos fazem festa. “Que energia boa”, diz um. “Você é linda”, afirma outra. “Eu sinto responsabilidade, eu sinto compromisso de fazer com que as pessoas atinjam aquilo que nós já temos, que é cidadania”, explica dona Tina.
Sem marido nem filhos, rejeita o papel de mãe ou avó adotiva dos usuários do crack. “Sou uma profissional que está exercendo um papel por acreditar na possibilidade de mudança”, pontua. “As pessoas não vêm ao mundo para sofrer o que eles vêm sofrendo, que é a exclusão.”
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Dona Tina começou a terapia do abraço há um ano. E não tem data para terminar. “Não é do meu feitio ficar em casa. Meu caminhar é curto, pequeno, mas permanente”, avisa.
Por QSocial
*Este texto faz parte do projeto Geração Experiência, que tem como objetivo mostrar histórias de pessoas com mais de 60 anos que são inspiração para outras de qualquer idade.