A cultura da violência que cultivamos na sociedade

Por: Catraca Livre

Na Síria foi preso e torturado pelo que depois viria a ser o Exército Livre da Síria. Resolveu parar por um tempo com as coberturas de conflitos e se dedicar mais ao seu trabalho intitulado Revogo, que fala sobre segurança social e violência no Brasil[/img]

Mostra a ineficiência do estado em dar condições de vida à sociedade. Também aborda sobre espiritualidade e consumo, traçando uma ligação entre religiosidade e sucesso econômico. Segundo Liohn o Diabo não é mais aquele que te culpa pelos atos errados, mas sim aquele que impede você de comprar o suficiente.

Ele espera que quando o projeto estiver finalizado, se revogue as certezas que nós temos sobre o que é violência no Brasil, quer que se pergunte até que ponto nos identificamos ou não, como violentos. “O que eu chamo de violência, não é só a violência física do crime. Estou explorando dentro da nossa cultura o que chamo de cultura da violência, que fala como patrocinamos e ganhamos dinheiro com a nossa violência e como esse processo nos tira a sensibilidade para resolver os grandes problemas da nossa sociedade” disse Liohn.

André Liohn é um fotógrafo brasileiro nascido em Botucatu. Mudou-se para a Noruega quando tinha 20 anos. Trabalhou com Comércio exterior até os 30, quando decidiu se dedicar á fotografia. Iniciou seu primeiro projeto sobre o que ele gostaria de entender a respeito das drogas, os problemas envolvidos com o uso e o tráfico. O que o motivou a fazer esse trabalho foi já ter sido dependente químico. Como naquele momento, a Noruega era o país onde havia mais mortes por overdose de heroína, decidiu se aproximar da reflexão do por que aquilo acontecia. Esse trabalho ganhou notoriedade na Noruega e o levou a ganhar um prêmio de melhor fotógrafo do país. Liohn tinha um amigo na Noruega que era jornalista refugiado da Somália e iria voltar para lá. Decidiu ir junto, tendo então seu primeiro contato com a guerra. Meses depois seu amigo foi assassinado e Liohn passou a morar na Etiópia, cobrindo a partir de lá tudo o que estava acontecendo na Somália. Seu trabalho foi reconhecido e começou a trabalhar para a revista alemã Der Spiegel, cobrindo a Primavera Árabe, os conflitos na Síria, Líbia, Cairo e Bahrein.