Crescimento é diferente de desenvolvimento
Texto produzido pela estudante Mariana Galdeno, particpante do projeto Repórter do Futuro
“Crescimento é diferente de desenvolvimento”, disse Maurício Broinizi enquanto falava sobre a cidade de São Paulo. Ele é historiador por formação e coordenador da secretaria executiva da Rede Nossa São Paulo por opção. A Rede tem como objetivo construir uma força política, social e econômica junto com os paulistanos e seus sucessivos governantes com um conjunto de metas para melhorar a qualidade de vida dos habitantes. A ideia principal é deixar a cidade segura, saudável e solidária exercendo a democracia. Ou seja, um jeito de desenvolver o município e praticar a sustentabilidade. Mas afinal… O que é desenvolvimento sustentável?
Ricardo Nabarro, 38, é funcionário público federal e define sustentabilidade como uma “forma de preservar o crescimento. Implantar sistemas de reutilização e reciclagem de materiais”. Já o estudante Felipe Szpak, 20, define desenvolvimento sustentável como “coisas que evoluem para a sociedade sem agredir o meio ambiente”. Mas muito
além de proteger e poupar o meio ambiente deve-se suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a as futuras gerações. É necessária a consciência política, o compromisso com os valores humanos e cuidados com as pessoas e com a natureza.
A estagiária em comunicação social Rafaella Rodrigues, 19, desmistifica o desenvolvimento sustentável em apenas uma frase: “Ele ajuda nossa geração, mas não prejudica as próximas gerações”.
Para a sociedade paulistana – e brasileira – concluir com êxito o desenvolvimento urbano, Broinizi recomenda a “politização dos jovens”. Há de se pensar nas ações o cotidiano como um “compromisso com as próximas gerações”; a inclusão social e a preservação da natureza também são pontos cruciais. De acordo com a consulta Publica “Você no Parlamento” – com 33.430 pessoas entrevistadas – 70,37% dos paulistanos acham que é extremamente necessário criar espaços públicos onde haja oficinas de geração de renda. O acesso à saúde de qualidade tem o apoio de 65,24% dos entrevistados.
O sucesso de São Paulo está na democracia participativa, onde o cidadão expõe sua opinião, debate, indica os problemas da cidade e ajuda a encontrar soluções; não apenas na democracia representaviva. Essa ideia é colocada em ação pela Rede Nossa São Paulo e o Você no Parlamento.
Também é importante socializar o conhecimento e consertar a fragilidade da informação básica. Os moradores precisam conhecer a causa dos problemas. O “porquê” de tudo e essas informações devem ser acessíveis a todos. “Deve haver uma
cultura sustentável”, afirma Maurício. A partir dessa cultura então, a “Terra da Garoa” poderá ser vista de cima. A partir desse ponto começa a surgir a consciência de que os governantes e a população devem trabalhar em equipe. Não individualmente.
Para o desenvolvimento sustentável fazer parte de Sampa, é preciso resolver problemas básicos de moradia e exclusão social. Solucionar os déficits na educação, cuidar das crianças e dos jovens. Incentivar a cultura, o esporte e o lazer. Otimizar o transporte público e investir na segurança dos habitantes. O desenvolvimento urbano
sustentável está diretamente ligado à qualidade de vida dos moradores de sua cidade.
Pensando em uma São Paulo mais sustentável, André Palhano, idealizou a Virada Sustentável. A proposta é “conscientizar a população a partir de uma abordagem alegre e inspiradora sobre o tema da sustentabilidade”. A 2ª edição do evento acontece nos dias 2 e 3 de Junho e já conta com mais de 100 atrações (entre exposições, peças, shows,
cinema, oficinas e intervenções urbanas). Qualquer cidadão pode virar uma atração. Há inscrições abertas para artistas, oficineiros, escolas e outras organizações que queiram, de alguma forma, “socializar o conhecimento e consertar a fragilidade da informação”.
E então, o que você vai fazer para merecer uma cidade melhor?
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Por Redação
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