Daniel Gonzaga faz show de lançamento de seu novo disco no Canto da Ema

"Maestria" reúne grandes nomes da música nordestina como a Rainha do Forró Anastácia, Zeca Baleiro, Fagner e Quinteto Violado

17 de maio de 2024

A partir das 22h

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Daniel Gonzaga: “O disco é o fruto do aprendizado de uma caminhada por um Brasil que talvez não exista mais. É sobre matrizes nordestinas. Sobre mestre”
Créditos: Pino Gomes | Divulgação
Daniel Gonzaga: “O disco é o fruto do aprendizado de uma caminhada por um Brasil que talvez não exista mais. É sobre matrizes nordestinas. Sobre mestre”

Em “Maestrias” , álbum de inéditas repleto de belas canções e participações especiais, Daniel Gonzaga cria pontes que conectam mestras e mestres de diferentes gerações nordestinas.

E quem for ao Canto da Ema nesta sexta-feira, dia 17 de maio, terá a oportunidade de ver o neto do Rei do Baião apresentar muitas dessas pontes ao vivo nesse palco tão acostumado ao ritmo brasileiro. 

Cantor e compositor que tem a sorte de ser fruto de uma família de reconhecidos músicos brasileiros, Daniel Gonzaga apresenta em seu novo trabalho a bagagem da caminhada de uma vida inteira, em que o sertão é vereda obrigatória. “O disco é o fruto do aprendizado de uma caminhada por um Brasil que talvez não exista mais. É sobre matrizes nordestinas. Sobre mestre”, destaca Gonzaga.

“O intuito é estabelecer um diálogo até antropológico sobre o que vem acontecendo nesse universo do forró e da música nordestina como um todo. A chegada dos jovens, a mudança da percepção das culturas do Brasil e do próprio país”, elabora o artista. 

Para cumprir esse projeto, Daniel fez uma verdadeira curadoria de nomes que têm uma legitimidade para embasar o conceito do disco (as maestrias), e que participam nas composições, cantando e tocando.

Estão no disco tanto nomes mais conhecidos, como Fagner e Zeca Baleiro, quanto realezas mais raras, como Anastácia e Quinteto Violado. Além de mestres da tradição que só ouvidos mais especializados saberiam reconhecer, como Nando Cordel e Xico Bezerra.

E ainda, novos talentos que prometem levar adiante essa história, como Natascha Falcão e Cezzinha, cantor e sanfoneiro de Recife (PE). “A ideia é trazer à baila uma cena. Esse disco não é sobre mim, é pra eles”, explica Daniel.

É a rainha do forró, porém, a parceira mais presente no trabalho. Com Anastácia, Daniel compôs quatro das 13 canções do disco, e elas são apenas um terço do que já criaram juntos.

No álbum, além das composições, ela também canta com Daniel “Um chamego igualzinho ao seu”, junto a outro membro da realeza do forró, o paraibano Flávio José.

“Me aproximei da Anastácia quando comecei a namorar a Carolina (Albuquerque, neta de Anastácia e produtora do disco), e vim pra São Paulo. Mas eu ficava meio assim, porque a Anastácia sempre foi muito falada lá em casa, como amiga do meu avô (Luiz Gonzaga), mas comigo não tinha muito contato. Quando comecei a mandar algumas coisas que escrevia pra ela, ela foi meio secona (risos). Mas hoje ela deixou de ser a avó da Carolina e virou uma amiga e parceira”, conta o músico.

Outra participação que mexe fundo nos sentimentos de Daniel foi a do Quinteto Violado, grupo recifense criado na década de 1970, com quem gravou “Vaqueirama”, um aboio cantado feito sob o feitiço de uma tradicional missa do vaqueiro, em Serrita (PE).

“Ao falar em Nordeste, na música, a primeira coisa que me vem na cabeça são aquelas violas do Quinteto Violado. Eu fiz a música, mandei, e eles toparam. Quando eu recebi foi aquele impacto… Eu nunca na minha vida de garoto ia imaginar que o Quinteto Violado ia gravar, com a sonoridade deles, uma música minha. Ficou bonito demais!”, lembra, dizendo que a emoção o deixou em lágrimas.

Talvez daí a ideia de lançar o álbum completo, de uma só vez, ao invés de ir lançando singles primeiro, como costuma acontecer no mercado musical atualmente.

“Quando eu faço um álbum, eu amo concepções, cresci ouvindo Pink Floyd, Quinteto Violado, são caminhos mentais. O álbum tem um conceito, uma dinâmica. O disco causa um impacto dessa forma”, explica Daniel, que também assina a produção do trabalho. Agora, a ideia é tentar gravar um show com todos os artistas reunidos e também lançá-lo em formato de vinil.