MASP recebe três exposições sobre histórias indígenas

É a chance de ver mostras sobre as culturas dos povos indígenas Macuxi e Huni Kuin, além de curta-metragens sobre grafismos dos Mebengokré

Dando início à programação anual dedicada às histórias indígenas, três grandes exposições ocupam o MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand!

A mostra “Carmézia Emiliano: a árvore da vida reúne pinturas que figuram e refletem sobre paisagens, objetos da cultura material e o cotidiano da comunidade da artista indígena Macuxi, localizada na Maloca do Japó, Normandia, Roraima.

Já “MAHKU: Mirações” apresenta pinturas, desenhos e esculturas – resultado de traduções de cantos, mitos e visões do grupo de etnia Huni Kuin, que vive no estado do Acre, na fronteira com o Peru.

E por fim, o Coletivo Bepunu Mebengokré exibe os curtas-metragens sobre a ancestral arte da pintura corporal, protagonizada pelas mulheres Mebengokré-Kayapó.

MASP recebe as mostras ‘Carmézia Emiliano: a árvore da vida’ e ‘MAHKU: Mirações’, além de curtas-metragens do Coletivo Bepunu Mebengokré
Créditos: Rodrigo Guedes da Silva / Eduardo Ortega / Site do MASP
MASP recebe as mostras ‘Carmézia Emiliano: a árvore da vida’ e ‘MAHKU: Mirações’, além de curtas-metragens do Coletivo Bepunu Mebengokré

As duas mostras ficam em cartaz até 11 de julho, já os curtas-metragens até o dia 18, e podem podem ser conferidos às terças, das 10h às 20h, e de quarta a domingo, das 10h às 18h.

Os ingressos custam R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira), reserve o seu aqui! Lembrando que às terças e toda primeira quinta-feira do mês, a entrada é gratuita! (:

“Carmézia Emiliano: a árvore da vida”

Carmézia Emiliano é uma artista autodidata de origem Macuxi, nascida em Maloca do Japó, Normandia, Roraima. Sua exposição apresenta 35 pinturas sobre tela, divididas em sete núcleos que abordam temas relacionados à subjetividade da artista e à vida em comunidade, refletindo manifestações culturais macuxis, como a dança do parixara, os jogos e brincadeiras relacionados aos períodos de festas, assim como a vida comunitária, manifestada nas pinturas que representam habitações e espaços em comum.

Também se destacam os registros da transmissão de saberes, das redes de apoio entre mulheres e da relação de profundo respeito e cooperação com a natureza.

O título da mostra faz referência a um tema recorrente na obra da artista, o mito da Wazaká, a árvore da vida, que faz surgir de seu tronco cortado o Monte Roraima
Créditos: Rodrigo Guedes da Silva
O título da mostra faz referência a um tema recorrente na obra da artista, o mito da Wazaká, a árvore da vida, que faz surgir de seu tronco cortado o Monte Roraima

“MAHKU: Mirações”

Essa exposição reúne cerca de 120 pinturas e desenhos que se originam tanto de traduções e registros de cantos, mitos e histórias de sua ancestralidade, como de experiências visuais geradas pelos rituais de nixi pae – que envolvem a ingestão de ayahuasca – denominadas mirações, palavra que dá título à exposição no MASP.

A mostra pretende ampliar o conhecimento sobre e com os Huni Kuin, assim como a compreensão da contribuição de sua obra para a arte contemporânea.

Mostra traz cerca de 120 pinturas, desenhos e esculturas – resultado de traduções de cantos, mitos e visões do grupo de etnia Huni Kuin, que vive no estado do Acre, na fronteira com o Peru
Créditos: Eduardo Ortega
Mostra traz cerca de 120 pinturas, desenhos e esculturas – resultado de traduções de cantos, mitos e visões do grupo de etnia Huni Kuin, que vive no estado do Acre, na fronteira com o Peru

Sala de vídeo: Coletivo Bepunu Mebengokré

A mostra do Coletivo Bepunu Mebengokré exibe os curtas-metragens “Menire djê: grafismo das mulheres Mebengokré-Kayapó” (2019) e narra o processo de produção da tinta de jenipapo, desde a colheita até a mistura com o carvão moído, que traz a pigmentação e consistência adequadas para aplicá-la nos corpos. Em seguida ao ciclo de preparo da tinta, a protagonista da obra realiza a pintura dos grafismos em sua própria filha e recorda-se de como seus avós e pais tiveram um papel significativo na relação que construiu com seu passado.

Já o curta “Mê’ok: nossa pintura” (2014), expande o diálogo com as cosmologias Mebengokré a partir do universo dos grafismos, em uma série de entrevistas e registros com pessoas que cresceram com a pintura do jenipapo e urucum feita por suas mães, tornando-se processos de manutenção da tradição até os dias atuais.

Coletivo Bepunu Mebengokré exibe curtas-metragens sobre grafismos
Créditos: Site do MASP
Coletivo Bepunu Mebengokré exibe curtas-metragens sobre grafismos

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