O ‘Comidas Feia’ nos lembra que comer é muito mais do que foto de prato no Instagram

Por: Catraca Livre

Quem acompanhou a penúltima edição do Master Chef Brasil, deve se lembrar da aparência desmantelada da sobremesa que eliminou o Capitão Hamilton do reality. Era uma maçaroca rosa e branca que consistia basicamente de biscoito de macadâmia, calda de morango, chantilly e nozes por cima. O desastre culinário do cosplay de cozinheiro parecia dar ainda mais moral à empáfia gastronômica, da qual passamos a nos valer para julgar os mais variados pratos — mesmo aqueles apresentados apenas pela TV. Como desculpa para a aparente vergonha em rede nacional, Hamilton, por sua vez, se limitou a dizer que a cara da comida estava péssima, mas o gosto estava ótimo.

 

Antes de Hamilton, a já popular onda dos programas sobre comida na TV brasileira — você pode substituir a Bela Gil por qualquer outro apresentador do GNT — parece ter criado o ambiente perfeito para a revoada dos foodies, pessoas que gastam boa parte de seus salários na “arte de comer” e retratam esses momentos, incansavelmente, nas mais variadas redes. E antes de seguir com esse texto, longe de mim dizer que comer bem e fotografar o rango para o Instagram seja algo ruim. Só não é real o tempo inteiro, sabe? Ou vai dizer que você nunca comeu amarradão aquela lasanha congelada que comprou no supermercado?

 

É por isso que gostaria de pedir para você olhar para dentro da sua cozinha pouco equipada, sua geladeira com uma cebola bolorenta e para a sua atividade alimentar pouco atraente. A vida é feita muito mais de miojos, misto-quentes, quentinhas e refeições do gênero do que foie gras. (continue lendo aqui)