Ritmos de Resistência será exibido no Vale do Paraíba

Por: Catraca Livre

Foram cerca de 2 anos até a concepção final do média Ritmos de Resistência, que teve sua estreia com 5 exibições nas salas do maior festival de cinema da América Latina, o Festival do Rio de 2013, na mostra Fronteiras, resultado da parceria entre o Festival do Rio e a Anistia Internacional, a seleção foi preparada especialmente com o foco em Cinema e Direitos Humanos. E, na próxima terça-feira (25), o documentário chega até Taubaté, numa sessão na praça Dr. Barbosa de Oliveira, no Terça Sintonia, com entrada Catraca Livre.

Ritmos de Resistência passeia pelo nada fácil cotidiano da cidade do Rio de Janeiro, bastante conhecida por sua exuberante beleza e violência, e na constante fragilidade social no qual vive a população. O convite para dirigir a fotografia surgiu no encontro do taubateano Guilherme Chalita, residente no Rio desde 2011, com Jason O’Hara, cinegrafista canadense que já filmou em mais de 20 países, sempre evidenciando problemáticas locais.

Nos processos de implementação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), e em outras situações de conflito, entre elas a Aldeia Maracanã, Jason chega ao Brasil para documentar os processos de remoções em comunidades. A parceria, firmada junto ao Jornal A Nova Democracia onde Chalita atua como cinegrafista,  perdura até o momento, na captação das crescentes manifestações populares cariocas e transformações urbanísticas, ocasionadas pelos megaeventos que se aproximam.

No intuito de compartilhar sua percepção sobre a decorrência dos atos, “histórias ocultas da cidade maravilhosa, onde a liberdade vale o preço da palavra dita. Onde há paz é sem voz, onde a paz é o medo”, revela, Guilherme Chalita creditou ao Terça Sintonia uma maneira também de apresentar seu trabalho na sua cidade natal, em um espaço público e aberto a todos.

O Terça Sintonia tem o propósito de fomentar atividades culturais, sem limites ou restrição, promove debates e exposições, como: saraus literários, apresentações musicais, exibições de filmes, oficinas artísticas e artesanais, todas às terças-feiras, na praça Dr. Barbosa de Oliveira (em frente a Rodoviária Velha), das 19h às 22h.

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Sinopse “Ritmos de Resistência”
Um olhar sobre as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) através da percepção de artistas sobreviventes do caos carioca, que se “encontram” quando cantam em liberdade. Entre eles está o compositor Cathiola, preso e baleado pela polícia logo após a implantação da UPP, na favela do Cantagalo, onde vive. O Bloco Livre Reciclato e músicos do Morro do Tuiti seguem com performances e canções que tematizam a exclusão social, apoiada por violência policial, questionando a retórica da pacificação com a chegada das UPPs. O processo de gentrificação acelerado pela expansão imobiliária, e o quanto isso representa uma intensificação no aumento da criminalidade e miséria na cidade do Rio de Janeiro.