Rodrigo Mancusi lança seu primeiro disco solo em show gratuito no CCSP

“Notícias de longe”, álbum de estreia do ator, cantor e compositor, acontece no dia 7 de maio

Quando entrou na faculdade de teatro, sequer passava pela cabeça de Rodrigo Mancusi que a música viria a se tornar um de seus principais trabalhos, e menos ainda que cantaria suas próprias composições.

No entanto, o tempo passou e Rodrigo lança “Notícias de Longe”, seu disco de estreia solo, em show especial de lançamento no CCSP (Centro Cultural São Paulo) no dia 7 de maio, às 19h.

Rodrigo lança “Notícias de Longe”, seu disco de estreia solo, em show especial de lançamento no CCSP (Centro Cultural São Paulo) no dia 7 de maio
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Rodrigo lança “Notícias de Longe”, seu disco de estreia solo, em show especial de lançamento no CCSP (Centro Cultural São Paulo) no dia 7 de maio

“Não é uma coisa que eu me imaginava quando criança, sabe? Eu cantando as minhas músicas. Eu pensava no palco, mas mais como intérprete”, relembra o artista de 27 anos.  

Foi a Escola Superior de Artes Célia Helena que lhe trouxe as novas amizades com as quais criaria a Abacaxepa, banda que se tornaria uma outra escola, um laboratório dos primeiros experimentos musicais que tiraram de sua cabeça qualquer dúvida a respeito da vontade e da vocação para cantar e compor. 

Resultado de dois anos de trabalho, o álbum tem oito canções inéditas, todas autorais, e também uma inspirada releitura do clássico “Sonhos”, de Peninha.

Ao contrário da faceta que imprime na Abacaxepa, onde contribui com composições mais lado B, Mancusi conta que o disco expressa um desejo de experimentar seu lado mais pop.

Foi essa vontade que guiou as escolhas estéticas que delineiam o trabalho, tanto na parte instrumental como na poética das letras, sempre diretas, sem papas na língua. “Eu não nasci em uma família de artistas e intelectuais, então minha primeira formação é da TV, da cultura pop mesmo”, explica.

Guiado por Ivan Gomes, que produziu o álbum em parceria com o próprio artista, Mancusi reconhece a vocação popular da música brasileira, ao mesmo tempo em que se aventura por outros caminhos mais incomuns, incorporando ritmos latinos menos conhecidos por aqui.

Inspirados por essa história maior afro e latino-americana, a dupla deu às canções roupagens variadas, mas sem perder de vista a tradição nacional.

Daí, por exemplo, a presença no disco tanto de um autêntico forró (em “Meia-noite inteira”), como de um soul (em “A Love Song”), passando ainda por bachata, salsa e R&B, além do samba-funk (em “Veneno”).  

O sentimento que prevalece no trabalho, porém, fica mesmo a cargo de Mancusi, que rasga o coração em letras melodramáticas e confessionais, e que giram sem rodeios em torno de amores e desamores.

“Tem muito uma perspectiva do amor LGBT, que é como eu me entendo desde criança, dos 11 anos. Por ser um primeiro disco, traz coisas que foram guardadas há muito tempo, por toda uma vida. Vem dessa vivência LGBT, racializada… de estudar numa escola branca e nunca ter sido desejado naquele meio. Não é que eu seja emo ou goste de sofrer. É porque eu passei mesmo por isso. É um desabafo!”, revela.

Sua letras parecem gritar que aquele garoto do colegial cresceu e que agora é ele quem dá as cartas. Como em “Não vou dar”, que já começa com um dedo na cara: “Não sou comida, muito menos requentada, se não quer, nem tente, saia, não é hoje que te servirei!”.

Para o artista, a criação desse álbum é de fato um processo de amadurecimento, o ponto de virada em que é chegada a hora de aprender a caminhar sozinho.

“Passa por me desvencilhar desse lugar de sete pessoas (da Abacaxepa) e ser apenas uma. Claro que tem um monte de gente dando duro nesse projeto, mas é um trabalho que parte de mim, de minhas ideias, coisas, vontades… Interpretar sozinho, compor sozinho, estar no palco sozinho. É uma busca, eu tô me experimentando, passeando por lugares diferentes, estou buscando esse novo Rodrigo”, conclui.