Satyros remontam ‘Transex’, homenagem à comunidade LGBT

Em cartaz até 30 de agosto, 'Transex' celebra a atriz transexual Phedra de Córdoba, que completaria 80 anos em 2018; peça cumpre temporada na Praça Roosevelt

Até 30 de agosto de 2018

Quarta - Quinta

Quartas e quintas, às 21h

Recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência não informados pelo próprio organizador do evento

R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada) | R$ 5 (moradores da Praça Roosevelt) | Catraca Livre (pessoas não binárias, transexuais, travestis e agêneros)

Site: funarte.gov.br

Telefone: (21) 2265-9933

Por Jonas Lírio

Hoje símbolo da diversidade cultural de São Paulo, a Praça Roosevelt, na região central da cidade, foi, por muito tempo, sinônimo de drogas, assaltos e prostituição. Foi neste cenário que, no início dos anos 2000, a Cia. Os Satyros chegou à praça e deu início a sua relação com as muitas mulheres transexuais e travestis que encontrou por lá.

Desta relação, surgiu, em 2004, Transex, espetáculo que o grupo decidiu remontar e atualizar este ano, quando a atriz transexual Phedra de Córdoba, falecida em 2016 e cuja história se mistura com a do grupo, completaria 80 anos.

Em cartaz de 27 de junho a 30 de agosto, a nova montagem tem sessões às quartas e quintas, sempre às 21h, no Satyros Um, sede do grupo na Praça Roosevelt. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada) – pessoas não binárias, transexuais, travestis e agêneros, no entanto, têm entrada gratuita.

Diversos gêneros e sexualidades estão presentes no elenco de ‘Transex’

Embalada por sucessos de Mutantes, Velvet Underground e Wanderléa, entre outros, a trama acompanha uma travesti prostituta que vive de favor no apartamento de uma famosa atriz de pornochanchada e se envolve emocionalmente com um extraterrestre. Solidão, isolamento social e o poder do amor frente ao ódio são temas que atravessam a peça.

Além da homenagem a Phedra, responsável por aproximar a companhia às mulheres e travestis que frequentavam a praça na época, Transex chega com mais uma atualização: a atriz Nicole Puzzi, estrela da pornochanchada nacional nas décadas de 1970 e 1980, faz uma participação especial como Marlene Bréa, a “deusa da pornochanchada”.

Para interpretar Phedra, os Satyros convidaram amigos do grupo e da atriz, além de lideranças trans. “Seria impossível uma única pessoa fazer a Phedra, então pensamos que todo mundo poderia ser um pouco. Dessa forma, fazemos uma homenagem à memória dela e à toda a comunidade também”, conta Rodolfo García Vázquez, que assina direção e dramaturgia do espetáculo.

Leona Jhovs, Maria Clara Spinelli e Edy Star são alguns dos convidados especiais da peça. No elenco fixo, além de Nicole Puzzi, estão Ivam Cabral, Márcia Dailyn, Léo Perisatto, Tiago Leal, Daniela Funez, Henrique Mello, Diego Ribeiro, Fernanda Kawani, Silvio Eduardo, Gustavo Ferreira, Maiara Cicutt, Fabio Penna, Eduardo Chagas e Guttervil Guttervil.

Trilogia
“Transex” é a terceira na “Trilogia do Patriarcado”, precedida por “Pink Star” (2017) e “Cabaré Transperipatético” (2018). “As três peças explodem as limitações do que o patriarcado coloca como possibilidade de existência dos seres humanos”, explica Rodolfo García Vázquez, diretor das três montagens.

Em parceria com SP Escola de Teatro

A SP Escola de Teatro é um equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e tem por atribuições a formação profissional na arte teatral.