5 provas de que não existe país algum como a Holanda

22/07/2015 21:45 / Atualizado em 06/05/2020 22:59

A vocação pela excentricidade holandesa começa justamente no nome. Explico: diferente de tudo o que aprendemos desde pequeno nas aulas de geografia, oficialmente não existe um único país chamado ‘Holanda’. No idioma local, o neerlandês (e não holandês), o nome do país é Nederland, que traduzindo para português fica ‘País Baixo’, ou como o resto do mundo prefere chamar: Países Baixos.

O Reino dos Países Baixos é a união de 12 províncias locais, incluindo a Holanda do Norte e a Holanda do Sul. No século 17, essas duas províncias aproveitaram sua favorável localização próxima ao mar para desenvolver um forte poder marítimo e econômico, tornando-as conhecida no mundo todo. Já que é um nome que soa mais acolhedor do que o nome oficial, resolveram assim que se utilizaria Holanda.

Mas para perceber mesmo que não existe outro país como a Holanda é preciso prestar a atenção em outros detalhes, seja conversando com seus habitantes, seja andando por alguns dos canais da mais famosa cidade do país, Amsterdã.

País plano e abaixo do nível do mar

Falando no assunto, na terra dos tamancos de madeira, o nome do país é autoexplicativo. Além de ser um país plano (a montanha mais alta possui apenas 323 metros), aproximadamente um terço das terras holandesas está no “negativo”, sendo que o ponto mais baixo está quase 7 metros abaixo do nível da água.

Desembarcar no aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, significa literalmente descer um avião no fundo de um extinto lago, 4 metros abaixo do nível do mar. Difícil de se ter ideia do que isso significa? Basta saber que uma piscina olímpica possui 2 metros de profundidade.

Por isso, aqui a relação com a água é bem especial. Além de terem sido ótimos exploradores marítimos, os holandeses também tiveram que desenvolver técnicas incríveis para se proteger de inundações. Nos últimos 900 anos, eles construíram milhares de diques e barragens para impedir o avanço das águas do mar e dos rios que atravessam o país.

Os moinhos de vento

Aliás, a palavra “dique” vem do neerlandês diijk, que nada mais é do que uma obra de engenharia hidráulica com o incrível poder de manter determinadas porções de terra secas por meio do represamento de águas correntes. Antigamente na Holanda, para se escoar as águas, eram utilizados moinhos de ventos, outro grande símbolo do país.

Se quem vai a Roma precisa visitar o Papa, na Holanda todo álbum de fotos deve ter imagens dos moinhos de vento. Por todo o país, 1.000 ainda resistem ao tempo e aos avanços da tecnologia. Só na linda região de Zaanse Schans, bem próximo de Amsterdã, são 13 dividindo espaço com vaquinhas, ovelhas, flores, stroopwafels e tamancos.

Historicamente os moinhos serviram para diversos propósitos: além de drenar água, cerrar madeira, moer grãos e hoje receber milhares de turistas. Tanto que existe um Dia Nacional dos Moinhos, todo segundo sábado de maio, quando cerca de 600 moinhos de vento e de água em todo o país recebem os visitantes.

Os inconfundíveis janelões

Agora, se os moinhos abrem suas portas para os visitantes numa data especial, as janelas das casas holandesas ficam escancaradas o ano todo. Basta uma rápida caminhada por Amsterdã para perceber a predileção de seus habitantes por grandes janelas.

E é bem fácil entender o porquê. O primeiro motivo para o uso dos janelões é a luz. Em um país que passa boa parte do ano no frio e com pouco sol, aproveitar os poucos dias de raios solares é quase que obrigatório.

Até por isso, muitas janelas por aqui nem possuem cortinas ou qualquer proteção além de vidros transparentes. Os holandeses não se importam para privacidade? Na verdade, se importam sim! A questão é que eles se consideram um povo de virtudes, que respeita as liberdades de escolha e de estilo de vida de cada um e que não há um problema em demonstrar diariamente essas qualidades.

Almoço típico holandês

Agora, se você observar bem os moradores (não que você deveria fazer isso) em suas casas, perceberá que o holandês não tem muito o costume de almoçar. Aqui, o almoço (e também o café da manhã) geralmente é algo simples –com variedade de pães, frutas e laticínios– e o jantar é a refeição principal.

A explicação novamente está no céu. Historicamente, eles criaram o hábito de aproveitar ao máximo os dias mais quentes fora de casa, ao ar livre nos parques, canais e outras áreas abertas. Por isso, ninguém por aqui gosta muito de perder tempo cozinhando enquanto o sol está lá fora convidando para um belo passeio.

A paixão pela cor laranja

E melhor ainda se o passeio for com uma peça de roupa na cor laranja. Na Holanda, competições esportivas e o Dia do Rei são celebrados com a febre laranja, ou Oranjegekte. Por que a camisa da seleção holandesa de futebol é laranja? Muito simples! É a cor oficial da dinastia de Orange, da família real dos Países Baixos, que teve início em 1544 e se mantém até hoje com a rainha Beatriz.

Aliás, as cenouras laranjas que todos comemos hoje em dia foram artificialmente modificadas por fazendeiros holandeses, no século 16, por meio de diversos cruzamentos. Tudo para homenagear a família real e a independência do país. Originalmente, as cenouras são roxas e brancas.

Se tudo isso não bastasse para tornar a Holanda um país especialmente único, há um ditado local que resume bem como os holandeses pensam: “Doe maar gewoon dan doe je al gek genoeg” ou “Aja normalmente que já é loucura suficiente”.

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