9 coisas que você só descobre viajando sozinho
Viagens solitárias reservam diversos aprendizados e experiências novas. Abaixo estão 9 conclusões listadas no blog Instinto Viajante que só quem viaja sozinho sabe.
9 – Você vai perceber que pessoas desconhecidas são gentis
- Câncer de pulmão: sintomas e fatores de risco cruciais para você saber
- Vai viajar em maio? 5 destinos quentes no Brasil para fugir do outono
- Mergulho com peixe-boi ajuda a proteger espécie na Florida
- Se você acha que Porto Seguro é só praia, está perdendo muito; Confira
A quantidade de vezes que encontrei estrangeiros e desconhecidos viajando sozinho é inacreditável. Na verdade, a partir do minuto em que eu sai de casa em uma viagem solo, as coisas boas pareceram sempre acontecer graças à bondade de estranhos. Uma vez estive com um milionário que me pagou bebidas e convidou para jantar no aeroporto de Heathrow. O mesmo homem me disse “O salão de embarques dos aeroportos internacionais são os melhores educadores!”.
Tive problema com meu cartão para comprar ingressos e outro cara na fila, vendo a situação, gentilmente se ofereceu para comprar meu ingresso. Eu pedi seus dados e contato para pagá-lo depois, mas ele simplesmente disse: “Eu sei que você vai ajudar outro viajante que precise algum dia.”.
A bondade de estranhos é algo comum em viagens quando você se abre para os outros, e quando ao viajar sozinho isso ocorre naturalmente.
8 – Você vai se tornar destemido
Eu diria que não há nada mais assustador do que arrumar sua mochila, colocar toda sua vida ali dentro, abraçar seus amigos e familiares e dar adeus para viajar sozinho. Você deixa para trás uma vida confortável, segura e com acolhimento para um caminho de imprevistos. Viagens solitárias são uma montanha-russa absoluta de aventuras e vai forçá-lo a enfrentar todos os medos que você tem.
Já tive de usar banheiros com cobras por todos os lados. Tive que verificar várias vezes se meus sapatos tinham aranhas venenosas na Austrália. Vou a bares sozinha, procuro hostels sozinha, tomo táxis e ônibus sozinha em locais desconhecidos, correndo riscos de assédios sexuais em alguns momentos. Já tive que me sentar em ônibus ao lado de homens com fuzis AK-47 na zona rural do Quênia e alimentei hienas selvagens na Etiópia.
Passei por diversas turbulências em voos sem ter nenhuma mão para segurar. Fui pega por um assassino em Detroit e trancada em um carro por um homem sob efeito de drogas. Tentaram me atacar na cidade de Dublin. E várias outras experiências. Uma coisa se pode concluir: viajar sozinho irá transformá-lo em um ser humano sem medo, algo que certamente irá ajudá-lo ao longo da vida.
7 – Você vai se tornar mais tolerante
Viajei sozinha a primeira vez com apenas 16 anos. Eu não conhecia outras culturas, não sabia exatamente como as coisas funcionavam e nem me interessava muito em aprender. Quanto mais eu viajei, mais eu aprendi e percebi o quanto as pessoas são interessantes. Me tornei bem mais tolerante às diferenças culturais.
Eu acredito que as pessoas que viajam, especialmente aquelas que viajam sozinhas, tornam-se pessoas mais tolerantes. A estrada ensina que todos são diferentes. Você percebe que nem sempre há um certo e um errado. Você vai achar que é estranho comer com as mãos, enquanto outros pensam que você é estranho por usar um garfo.
Quanto mais do mundo que você vê, mais você percebe que ele não é tão preto e branco como se pensava anteriormente.
Nem todos os países usam papel higiênico. Nem todas as pessoas abraçam, beijam ou apertam as mãos quando se conhecem. Religiões, linguagens e gestos podem ser confusos, mas aprender com os outros nos faz pessoas melhores e vai nos ensinar a amar, valorizar e acolher todos os que encontramos, independentemente das diferenças que podem existir.
6 – Você vai perder totalmente a noção do tempo
Eu tenho que admitir, esta é uma das minhas coisas favoritas ao viajar sozinho. A vida profissional e a vida em casa pode ser tão controlada. Você trabalha de segunda a sexta-feira, come suas refeições e vive sempre nos mesmos horários. Faz mais ou menos as mesmas coisas a cada fim de semana e vai para a cama mais ou menos no mesmo horário sempre. Você sempre sabe a hora, o dia, a data e nunca pode simplesmente se perder na cidade, perder o trem e decidir sentar no parque e ler o seu livro por cinco horas. Algo que eu amo fazer quando viajo sozinha.
Ao viajar sozinho não há ninguém esperando por você, ninguém confiando em você. Um enorme peso é retirado dos seus ombros quando você percebe que tem liberdade. Você pode comer a qualquer momento. Você pode dormir durante todo o dia e ir a festas todas as noites, se quiser. Não há ninguém lá para julgar o quão preguiçoso você é. O fato de que você passou seis semanas em Sydney, mas nunca se preocupou em ver a Opera House. O fato de que você passou uma semana em Banguecoque e praticamente não saiu do seu albergue, etc.
Você pode acordar em uma praia deserta ao longo da costa do Camboja, como eu fiz no verão passado, e não ter nenhum indício que dia é. Você pergunta a estranhos que horas são e eles sempre respondem: “Quem se importa?” e eles têm razão, quem se importa? Se você está com fome, come. Se você está com sede, tome uma cerveja. Viagem solitária é a liberdade de fazer o que quiser, quando quiser.
5 – Você vai dominar a língua de sinais
Mesmo com um companheiro de viagem, a comunicação pode ser a parte mais difícil da viagem. Ao viajar sozinho, você tem que ser criativo e fazer coisas estranhas para chamar a atenção das pessoas ou para obter informações.
Lembro-me de fazer “mu” como uma vaca para uma mulher no Vietnã, tentando descobrir qual o tipo de carne que ela estava tentando me convencer a comer. Eu não estava mais de bom humor para carne de cobra ou cachorro. Ela riu, mas soube exatamente o que eu quis dizer!
Na Coreia, a língua de sinais também me ajudou a sair de algumas situações estranhas e me ajudou a conseguir descontos.
4 – Você vai conhecer esse cara. Ou aquela garota
Não acontece sempre, e certamente não dura pra sempre, mas suas chances de encontrar alguns membros surpreendentes do sexo oposto (ou do mesmo sexo, dependendo da sua preferência) são muito maiores ao viajar sozinho.
Quer seja um beijo romântico em uma praia de Bali, um companheiro de viagem improvisado para entretê-lo por algumas semanas na Tailândia ou alguém que você se apaixona enquanto caminha na África, romances de férias são ótimos.
Quando você vai viajar sozinho seus limites vão muito mais além do que o habitual. Você conhece pessoas novas e interessantes que provavelmente nunca conheceria em casa.
Você compartilha dormitórios apertados, espreme-se ao lado de caras em automóveis e barcos. Você dança a noite toda em festas na praia e tem reparte pedaços de pizza com desconhecidos de ressaca na área comum do hostel. Vocês riem juntos, choram juntos e se perdem juntos. E, muitas vezes, vocês têm a sorte de encontrarem um ao outro.
3 – Você vai questionar suas decisões sobre a vida
Viajar sozinho, inevitavelmente, te leva a questionar sua sanidade mental em algum momento. Você vai gritar com você mesmo se perguntando por que diabos você decidiu mochilar através da Etiópia sozinho. E você pode até mesmo gritar por horas se perguntando por que você economizou durante meses para ficar em um albergue infestado de ratos no meio do nada!
Você vai passar pela fase de “questionar sua sanidade mental” e entrar na fase de “questionar decisões sobre a vida”. Você vai olhar para a sua carreira (ou a falta dela, no meu caso!) e as escolhas que fez. E querer saber se você tomou a decisão certa ou errada. Você também vai questionar por que as pessoas na estrada continuam questionando você, perguntando se talvez você está “fugindo de alguma coisa.”.
É engraçado porque essas coisas podem parecer ruins, e às vezes eles podem ser esmagadoras, mas de certa forma, viajar sozinho te dá essa oportunidade perfeita de questionar suas escolhas de vida, olhar para as coisas com um pouco mais de perspectiva, para pensar na vida sem distrações. Às vezes em um trem noturno que terá 17 horas até cruzar o Vietnã. Sem influência, sem erguer os olhos ou vozes acusadoras, você pode descobrir em sua cabeça o que você quer da vida, o que você realmente quer da vida, e então você pode começar a fazer um plano sobre como definir sua vida e futuro.
2 – Você vai aprender a cuidar do orçamento
Quando você tem três meses para sobreviver com parcas economias rapidamente se torna um mestre de planejamento orçamentário. Você vai aprender os atalhos. Vai comprar em grandes quantidades. Você provavelmente nunca vai tomar táxis, a menos que encontre outros viajantes para dividir a tarifa. Você vai planejar suas refeições e compartilhar com os outros. Você terá que tomar decisões, grandes decisões: como se você deve comprar um bom jantar ou um bom vinho.
Você tem que estar preparado, planejar o seu percurso e tentar cumpri-lo em algum grau. Quanto vai gastar? Quantos albergues? Qual a forma mais barata de chegar? Uma vez que você fique sem dinheiro, é isso. Ninguém mais vai estar por perto para ajudá-lo e boa sorte para conseguir dinheiro enviado via Western Union para uma pequena aldeia na Tanzânia ou uma pousada à beira do lago em Laos!
1 – Você vai sorrir para as pequenas coisas
Viajar sozinho pode ser muito desafiador ao se encontrar em situações difíceis que sejam complicadas de rir das pequenas coisas, como um ônibus que perdeu ou uma carteira roubada, mas o oposto também é verdadeiro. Muitas vezes eu me encontro sorrindo como uma mulher brava, ou outras coisas pequenas na estrada. Coisas que eu provavelmente não teria tempo para apreciar se rodeada por outras pessoas. Você aprende a tomar conhecimento das menores coisas da vida e a realmente apreciar o quão belo este mundo é. Sentada em uma praia, olhando o pôr do sol sobre as Ilhas Gili, na Indonésia, enquanto bebia em um Bintang barato, uma das melhores lembranças que tenho. Eu estava sozinha, feliz e agradecida.
Vendo crianças na rua brincando felizes com cordas e pedras nas favelas de Manila, ou vendo um grupo de garotos quenianos jogar futebol com uma bola feita de sacos de plástico. São estes momentos, que parecem insignificantes e pequenos, que fazem as situações difíceis valerem a pena.
Eu sorri, e eu estou sorrindo agora.
Este artigo foi originalmente publicado em Journalist On The Run, e re-publicado aqui com a devida permissão. Para manter-se atualizado com mais posts da Janet, você pode segui-la no Twitter aqui.
Veja mais posts como este em Instinto Viajante