A França além do guia de turismo

Você pode visitar a França por causa da arquitetura, do acervo de arte nas dezenas de museus incríveis e por causa da gastronomia.

Nós, que passamos quase 1 mês entre Paris e o interior, vivenciamos a França com outros objetivos e durante nossa vida por lá, descobrimos mais do que isso. O que tem no DNA dos franceses que nos faz achar esse país tão incrível?

É disso que estávamos em busca e aqui as 3 coisas que encontramos.

A vida sem carro em paris, na Pont Marie, na Ile Saint-Louis

1 – É um país acessível – A França, e Paris é a maior vitrine disso, é um lugar a mobilidade é prioridade no planejamento das cidades. Metros e trens ligam você a todos os bairros da capital e também a todas as cidades francesas, com um sistema super eficiente. Tudo funciona bem, com um metro em pior estado aqui e outro ali, mas tudo te leva rápido pra onde você quiser chegar. E os carros, cada vez mais, vão perdendo espaço para as ciclovias e faixas exclusivas de ônibus. O que um dia vai ser tendência nas capitais brasileiras já é um fato consumado por lá.

Esta é a ponta do iceberg que mostra a França interessada em ser um país possível para todos, não só geograficamente mas também para o conhecimento e cultura.

Acostumamos a fazer uma pausa de 15 minutos em uma praça ao lado de casa, entre o almoço e o turno da tarde

2 – O tempo é inimigo de perfeição – O francês gosta do planejamento, prioriza fazer as coisas com calma para evitar problemas. Se ele está confiante naquilo, ele vai até o fim. A França é onde a espera não significa tempo perdido, ela faz parte da construção de algo maior. E é assim no restaurante, quando o garçom demora a vir te atender porque acha que você precisa daquele tempo pra se acostumar com o ambiente, e é assim quando anfitriões abrem uma garrafa de vinho e fazem questão de esperar 10 minutos até servi-lo, deixando-o respirar para chegar ao seu momento certo de consumo.

Apesar de termos definido o roteiro dos clipes franceses sempre com muito pouco tempo antes da gravação, os artistas sabiam que o tempo de definição tinha que ser seguido daquela maneira até a ideia estar adequada e perfeita pra ser executada.

Paris já foi a cidade do luxo e não é barata, nem por isso os franceses deixam de ser mestres em uma vida simples

3 – Beaux Art –  é a expressão usada pelos franceses para se referir a uma ideia simples que se transforma em um produto cultural belo ou super criativo, seja ele um livro, uma música ou um videoclipe. Os três artistas que gravamos na França pensavam exatamente assim. É nítido o valor que todos eles dão pra simplicidade das coisas e o quanto isso torna uma obra maior ainda. Estudemos o cinema francês, por exemplo, e iremos comprovar isso. E na rotina de muitos que conhecemos, isso também é assim.

Em um livro sobre a 2ª Guerra Mundial, fizeram uma pergunta a um soldado francês que ficou preso por 3 anos pelo exército alemão. “Qual foi o melhor vinho que você já tomou na vida?”. E a resposta, simples no melhor estilo beaux art foi: “Era um vinho de péssima qualidade, feito com uma uva horrível e em um processo de vinificação muito pobre, mas foi o primeiro gole que tomei quando estava livre”.

Bandeira da França hasteada em Montmartre

E para nós, com Around The World In 80 Music Videos na estrada, essas três coisas juntas faz muito sentido. Não estamos falando de um lugar perfeito, sem defeitos. Estamos falando de um lugar que põe em prática três princípios que fazem qualquer vida ser melhor. 

Um pouco destas três coisas está no clipe do cantor e guitarrista Tété, que lançamos esta semana. E para acompanhar nossa trajetória pelo mundo, nos siga no Facebook e Instagram.