A vida em um acampamento nômade no Quirguistão

Por Mariana Marcondes

Todo ano, no final de maio, a vida dos nômades do Vale Susamyr, na região de Chuy, no Quirguistão, começa em uma yurt –barraca tradicional utilizada pelos povos da Ásia Central desde da idade média até os dias de hoje.

 

A habitação é constituída por madeira e coberta com pele de animal, feltro ou tecidos feitos a mão em cores chamativas e brilhantes. O teto é composto por arcos de madeira que formam a bandeira do país. No interior você pode encontrar tapetes coloridos, decorados com formas geométricas ou estampas de animais e uma mesa ao centro, a única mobília presente dentro da cabana. Quando escurece o frio é intenso, portanto se for passar a noite não se esqueça de levar roupas quentes e um saco de dormir.

O motivo principal dos nômades viverem em uma yurt é para alimentar seus animais –cavalos, ovelhas e vacas– e vender o leite e lã produzidos.  Após o verão os nômades retornam as suas cidades de origem. O povo quirguiz é conhecido pela sua hospitalidade, fazendo com que os hóspedes se sintam em casa.

Se você for convidado a conhecer uma yurt algumas regras precisam ser seguidas:

1 – Sapatos não são permitidos dentro da cabana;

2 – Os hóspedes sempre sentam em direção oposta a entrada da barraca;

3 – Você precisa tomar a bebida tradicional dos nômades quirguizes chamada kymys –feita de leite de cavalo– para mostrar respeito a cultura do anfitrião;

4 – O pão é a primeira coisa que deve ser levada a boca;

5 – Não se deve conversar durante a refeição;

6 – Não se esqueça de agradecer a Deus pela comida dizendo a palavra oomin –utilizada no islamismo para amém.

A hospitalidade é sempre o ponto central da cultura do Quirguistão. Quando se é um hóspede em uma yurt não se deve pagar por nada, é um insulto.

É possível encontrar muitas yurts espalhadas pelas montanhas quirguiz e se aventurar por uma delas com certeza é uma ótima opção para entender mais sobre a cultura do país.