Agora é oficial: Prefeitura de São Paulo autoriza criação do Parque Municipal Augusta

A área de 24.752 m² fica entre as ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá

26/12/2013 09:59 / Atualizado em 04/05/2020 14:06

São Paulo vai ganhar um novo parque, mas desta vez a iniciativa não foi da Prefeitura e sim da população que se mobilizou para impedir a destruição de mais de 24 mil metros quadrados de área verde para a construção de duas torres comerciais. A novela, que já dura mais de 40 anos, teve um final feliz na terça feira, 24, quando o prefeito Fernando Haddad oficializou por decreto publicado no Diário Oficial a criação do Parque Municipal Augusta, atendendo a pedidos de moradores e ativistas.

Homem caminha para dentro da mata, sendo recebido pelas boas vibrações da natureza na tarde de ontem, 24
Homem caminha para dentro da mata, sendo recebido pelas boas vibrações da natureza na tarde de ontem, 24

De acordo com a publicação, o parque terá como referência atividades relacionadas à prática de exercícios, educação ambiental e preservação da memória paulistana. O terreno, tombado pelo Patrimônio Histórico em 2004, já abrigou o colégio Des Oiseaux, onde estudaram Patrícia Galvão (a Pagu), Ruth Cardoso e Marta Suplicy. Em 1918, durante a epidemia da gripe espanhola, serviu de hospital para crianças.

Nos fundos, na Marquês de Paranaguá, funcionava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Sedes Sapientiaes. O plano era a construção de um prédio de apartamentos depois de o Sedes Sapientiae fosse transferido para a Universidade Católica (PUC), em Perdizes. E o prédio da escola, na rua Caio Prado, deveria ser alugado para a Prefeitura, que pretendia transferir alguns de seus departamentos para lá.

Moradores e ativistas comemoram a criação do Parque
Moradores e ativistas comemoram a criação do Parque

Em 1970 a área foi declarada de utilidade pública para ser transformada em parque, mas a história ainda estava longe de chegar ao fim. A Câmara revogou o decreto e o devolveu aos proprietários que pretendiam construir um hotel com 1400 apartamentos.

O projeto não saiu do papel, mas a proprietária do imóvel queria vendê-lo para uma construtora interessada na construção de prédios de apartamentos na área. Ela conseguiu reverter a situação jurídica do terreno na Câmara Municipal e a partir daí o terreno virou joguete da especulação imobiliária nas mãos de grandes construtoras.

Com informações do Estado de S. Paulo.