Aos 81 anos, queniana cuida de elefantes órfãos
Os números são assustadores. A cada 15 minutos, um elefante é morto no Quênia, na maioria das vezes para abastecer o comércio de marfim. Como os filhotes não têm presas, tornam-se inúteis para os caçadores, que os abandonam. Dependentes de leite, morreriam, não fosse a intervenção de Daphne Sheldrick, 81 anos.
Para proteger os bebês elefante até que completem 3 anos de idade, quando estão preparados para voltar ao Tsavo East National Park, ela criou um orfanato. Foi a forma que encontrou de homenagear seu marido, David Leslie William Sheldrick, que morreu em 1977 após dedicar sua vida aos cuidados de animais selvagens.
Não passa um dia sem que Daphne registre em um diário cada um dos passos dos elefantinhos. No berçário, que fica aberto ao público das 11h às 12h, é possível vê-los tomando mamadeira e depois brincando na lama. O ingresso vai para a da Fundação David Sheldrick Wildlife, que contabiliza mais de 150 resgates.
Os tratadores chegam a dormir ao lado dos órfãos. “Eles chegam aqui fragilizados, guardam na memória os traumas que sofreram, não esquecem”, conta Daphne. Mas também não esquecem de quem cuida deles, mesmo após anos sem convivência. “A memória deles é surpreendente, e a lealdade e amizade perduram.”