As belezas de Maraú que não aparecem nos cartões-postais
Mais do que mares coloridos por recifes, orlas repletas de coqueiros e belas lagoas de água doce, Maraú revela e protege comunidades autênticas
Por Camila Fróis, da Garupa
Os mais de 40 quilômetros de praias semidesertas que emolduram a Península de Maraú com uma areia branquinha e macia estão entre cenários mais desejados pelos viajantes que desembarcam na chamada Costa do Dendê. A estadia nessas paragens, entre ilhas, manguezais e matas virgens, porém, tem muito mais a revelar. O relativo isolamento é garantia de natureza protegida, silêncio e contato com a cultura e os saberes locais. Por isso, antes mesmo de cair nas irresistíveis piscinas naturais de Taipu de Fora ou se inebriar com o pôr do sol das lagoas do Cassange, vá à Vila do Saleiro.
Se você é o tipo de viajante que precisa descobrir o destino que se esconde por trás dos pontos turísticos mais visitados, vai entender logo porque esse pedacinho de litoral nordestino é tão interessante. Ao lado do Porto de Jobel –de onde partem os barcos de passeio que navegam pela Baía de Camamu – vive uma comunidade de cerca de 500 pessoas cada vez mais envolvidas com um modelo de turismo inspirador. No Saleiro, as belezas e nuances da Bahia cantada por Dorival Caymmi aparecem em um dedo de prosa com um pescador embaixo de uma amendoeira, na degustação de um delicioso acarajé com suco de frutas locais ou em uma apresentação de capoeira ao cair da tarde.
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Lá você ainda pode conhecer e comprar artesanato de mães que se dedicam a trabalhos artísticos para financiar a educação comunitária dos filhos. A “Escola Jardim das Bromélias” é só um dos projetos tocados pelo Instituto PROMAR de Desenvolvimento Sustentável e atende crianças e famílias de várias povoados da Península. O objetivo é combater o analfabetismo –ainda alto na região– e incluir a comunidade no processo de desenvolvimento turístico.
Recentemente, o instituto liderou a construção de um centro cultural que deve ampliar ainda mais o horizonte dos moradores. Além de cursos capacitação, vivências e apresentações culturais, o espaço vai sediar belos encontros entre hóspedes e anfitriões que dão as boas vindas a quem chega a este segredo baiano.
Saiba mais:
A campanha da ONG Raízes na Garupa, plataforma de crowdfunding focada em turismo sustentável, reuniu os recursos necessários para a construção do centro cultural multiuso da Vila do Saleiro que vai contar com espaço para shows, vivências, cursos e vendas de quitutes e artesanatos.
* A Garupa é o primeiro portal de crowdfunding do Brasil criado para financiar iniciativas de turismo sustentável: viagens que protegem a natureza, melhoram a qualidade de vida e a economia de destinos incríveis de norte a sul do país.
O crowdfunding é uma vaquinha online. Pelo site da Garupa (garupa.juntos.com.vc) você conhece projetos inspiradores que precisam de dinheiro para sair do papel. E pode doar qualquer valor pra eles. Em troca, ganha recompensas relacionadas àquela experiência turística sustentável que está ajudando – pode ser de uma receita típica, uma peça de artesanato ou até a viagem em si.