Dia 14 de novembro de 2014, abriram-se as portas do novo ‘Espaço Cia da Revista’. A nova casa, na Alameda Nothmann nº1135 (próximo ao metrô Marechal Deodoro, em São Paulo), é resultado de um grande esforço coletivo e foi construída devagar: “Como as pirâmides do Egito!”, repetia o ator Paulo Vasconcelos durante as obras.

Kleber Montanheiro abrindo as portas do Espaço Cia da Revista ao público pela primeira vez em 14 de novembro de 2014

Tudo começou com a doação dos materiais da exposição Stanley Kubrick realizada no MIS. Muitas madeiras viraram paredes, prateleiras e armários. Receberam outros apoios, que vieram ao longo do processo: tintas, material elétrico, cadeiras, geladeiras e espelhos foram doados por diversos amigos. Até os pallets de madeira foram recuperados e transformados em bancos.

Tudo foi realizado com a ajuda de inúmeras pessoas: familiares, parceiros, amigos e com as mãos dos 28 persistentes funcionários. Alguns anjos os orientaram no trabalho mais técnico, cujo desafio era transformar uma antiga funilaria em um teatro: Consultoria arquitetônica, projeto de isolamento acústico, montagem do palco, colocação das placas de isolamento acústico e projeto de som…

Infelizmente não é possível citar todos os envolvidos, foram muitos que contribuíram de alguma forma, passaram pra “dar uma espiada” e não resistiram: arregaçaram as mangas e ajudaram no que puderam. O elenco de atores trabalhou por meses e meses, descobrindo como transformar um projeto, idealizado na maquete, em algo real. Para eles, foi um aprendizado sem precedentes. Fizeram “mestrado e doutorado” na arte de fazer teatro. Literalmente.

E quem andar no espaço com olhar atento, poderá perceber o esforço de todas essas pessoas, descobrindo em cada canto uma solução criativa. Segundo o diretor Kleber Montanheiro: “O teatro faz parte das coisas inúteis do mundo. E em um mundo cada vez mais utilitário, construir um teatro administrado por um grupo é resistir e reafirmar valores em que acreditamos”.

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Outro dia, estavam na porta do Espaço, quando passou um rapaz e perguntou: “vai ser fábrica do quê?” , e com a cafonice própria dos apaixonados, responderam: “de sonhos”. Para saber mais sobre a Cia da Revista e sua programação, acesse o site ou o Facebook. Merda pra eles!

O trabalho fotojornalístico de Victor Iemini, que vem registrando com seu olhar único o movimento teatral paulistano, pode ser acessado via Facebook e Instagram. Confira algumas imagens: