Belfast: a capital da Irlanda do Norte; a cidade dividida

Por: Redação

A visita desta vez foi à cidade de Belfast. Em um passeio de três dias foi possível conhecer a história do local, visitar alguns dos pontos turísticos, como o Museu do Titanic, e o principal: apreciar a grande manifestação artística nos muros da cidade da capital da Irlanda do Norte e codificar as suas mensagens.

A cidade de Belfast, local que já serviu de inspiração para Literatura como C.S.Lewis, autor irlandês das “Crônicas de Nárnia”, também é uma cidade que por meio de cores e muros, revela um passado sombrio de muita violência e ameaça. A cidade de 281 mil habitantes, é dividida por um enorme muro, que separa católicos, (que defendem a unificação do Estado Irlandês), e os protestantes, (que defendem a permanência do país como parte do Reino Unido).

Grafitti nos muros de Belfast

Os enormes muros de Belfast foram erguidos a partir dos anos 70 e foram criados justamente para minimizar os confrontos ocasionados pelos “troubles”, termo que denomina o conflito civil entre nacionalistas católicos e os unionistas protestantes. Os muros contribuem para a civilização entre os povos e principalmente nas zonas próximas aos portões, local onde a população vive lado a lado. Durante o dia, os moradores podem atravessar o outro lado normalmente para trabalhar ou passear. Mas pela noite, os portões são fechados. A extensão do muro chega a 34km e é composta por mensagens, homenagens, e ilustrações de todos os gêneros.

O governo de Belfast declarou recentemente que a intenção é derrubar os muros até 2023, mesmo sabendo do potencial turístico da região. Mas até lá, sobra tempo para protestantes e católicos resolverem as suas diferenças entre si e assinarem um acordo de paz.

Portões que separam Belfast.

Titanic Museum – Museu do Titanic

Titanic Museum.

Conhecer o museu do Titanic é ir muito mais além da história de um dos navios mais famosos do mundo. É ir a fundo em uma viagem nostálgica que conta a evolução da cidade de Belfast, diretamente associada à construção naval, e ao nascimento de importantes navios com o Titanic, Olympic, Majestic, entre outros.

O sofisticado edifício que abriga o museu conta com 6 andares de galerias explicativas que narram desde a dominação da companhia fabricante de navio Harland &Wolf na cidade, a interatividade com as informações, o planejamento e desenvolvimento do navio, além do grande destaque: uma ampla sala de cinema que exibe imagens realizadas do Titanic real naufragado. As imagens foram capturadas por meio de “robôs submarinos” que percorreram o interior do navio de canto a canto atingindo uma profundidade que mergulhador nenhum conseguiria alcançar.

O museu conta com diversas surpresas e atrações. Entre elas, há outra sala de vídeo com com três enormes telas do chão ao teto, e exibe o o dia a dia dos trabalhadores na produção do navio do começo ao fim. A publicidade realizada do Titanic na época também é contada sem retoques, bem como as pessoas famosas que passaram pelo navio, e um outro dado curioso; o presidente da fábrica que idealizou o Titanic, William James Pirrie, estava com a viagem marcada para o navio, quando uma crise de apendicite o atacou e ele não pode embarcar. No fim, a doença acabou salvando sua vida…

 Nas últimas galerias do museu também é possível consultar o nome de cada passageiro a bordo por meio de um sistema eletrônico, além das impactantes troca de mensagens realizadas quando o navio colidiu. A visita é imperdível!

Titanic Museum.

O passeio ao museu é a partir de 9.95 libras por pessoa.

Sobre a autora da matéria

Paloma Tiba é jornalista, já trabalhou como repórter de TV, roterista, e apresentadora em produção de vídeos. Atualmente cursa pós-graduação em Marketing e Comunicação Internacional na Irlanda e colabora como correspondente para o Catraca Livre, enviando matérias e artigos sobre o que acontece na Europa.

Fotos: Leo Macedonio (www.leomacedonio.com)