Bloukrans Bridge, o maior bungy jump do mundo

02/10/2015 21:30 / Atualizado em 07/05/2020 00:18

Assim que decidi conhecer a Garden Route, na África do Sul, pensei em visitar a ponte Bloukrans, onde está o bungy jump comercial mais alto do mundo. São 216 metros sobre o rio Bloukrans. Tudo é organizado pela empresa Face Adrenalin.

Não é só pela altura que a ponte é conhecida. Além do título de mais alta, ela guarda outros três recordes mundiais:

  • A pessoa mais velha a saltar de bungy: um senhor chamado Mohr Keet pulou da Bloukrans Bridge quando tinha 96 anos, em seis de abril de 2010.
  • Maior quantidade de saltos de bungy em um dia: Scott Huntly saltou da Bloukrans Bridge 107 vezes em nove horas, em 11 de maio de 2011.
  • Maior número de saltos bungy em 24 horas:  Bill Boshoff realizou 101 saltos bungy em 14 horas e 23 minutos em Bloukrans em 10 de maio de 2002 (Este recorde foi quebrado em 2008 por Mike Heard, que realizou 103 saltos bungy em 24 horas a partir de Auckland Harbour Bridge).

Vamos ao que interessa

Bom, eu estava em Port Elizabeth com uma amiga peruana que conheci no Lion Park e pegamos a rodovia N2 para começar a viagem pela Garden Route. A primeira parada foi na Bloukrans Bridge. São mais ou menos duas horas e meia de viagem até lá. Fiquei nervosa quando percebi que a ponte estava chegando e nem vi a placa do estacionamento à direita: passei reto e acabei dirigindo sobre a ponte. Ela é inconfundível. Existem várias pontes lindas e com vistas maravilhosas pela Garden Route, mas essa é a mais: o local é belo.

Fiquei morrendo de medo e ao mesmo tempo muito animada enquanto dirigia por ela, parece que nunca chegava ao fim. A ponte é gigante e claro, muito alta. Ao lado esquerdo era possível ver o mar, quase escondido entre os dois morros. Abaixo estava o rio Bloukrans, que tem a cor de coca-cola. Ao lado direito só se vê verde, são as árvores do Parque Nacional do Tsitsikamma. Fiz o retorno e, apavorada, passei pela ponte novamente, procurando pelo estacionamento, chegamos!

Para pular de bungy jump, você pode fazer a reserva antecipada pelo site (recomendado em alta temporada) ou fechar o pulo na hora. Há também quem fecha apenas o passeio pela ponte e resolve pular no último minuto. Eu e a Danika, minha amiga, pagamos o pulo quando chegamos.

A preparação

São dois passos:

1. Você vai até o quiosque, onde faz o pagamento (São 750 rands para o primeiro pulo e 550 do segundo em diante). Ainda lá, eles te pesam na balança e escrevem o seu peso no pulso.

2. Eles te encaminham para um outro quiosque, onde eles olham o seu peso e te fazem vestir um “macacão” de cordas. Não sei qual é o nome disso mas vocês podem ver melhor no vídeo.

Tudo isso acontece em apenas quinze minutos, e aí você só precisa esperar o seu grupo ficar pronto. Os saltos acontecem de hora em hora e eles levam todo o grupo para a ponte de uma vez. Quando eu fui, tinham de quinze a vinte pessoas no meu  grupo.

Andando pela ponte – A pior parte

Quando o grupo está pronto, um dos instrutores da Face Adrenalin o leva para a ponte. O topo dela é asfaltado e é por onde passam os carros. Os pulos acontecem exatamente embaixo, e é por baixo que caminhamos até lá também.

A pior parte é a hora de caminhar até o centro da ponte, onde tudo acontece. Ela é toda furada e você vê tudo o que há embaixo, e percebe o quanto está alto e fica morrendo de medo de cair. Todos andam devagarzinho e segurando bem firme nos corrimões. Sem dúvida alguma, essa é a hora que todos querem desistir.

Na ponte

Chegando ao centro, é tudo cimentado e você se sente seguro. Lá estão vários instrutores e um deles explica que não é possível escolher a ordem que se quer pular, pois existe uma lógica relacionada ao peso e eles irão chamar pelo nome quando for a vez.

O pessoal da Face Adrenalin é super profissional e deixa a gente muito à vontade. Eles colocam músicas no mais alto volume para ajudar a relaxar e todos ficam dançando às 11h da manhã como se fosse uma balada. Além disso, eles falam várias coisas que ajudam no quesito “será que essa corda vai arrebentar?”, por exemplo, dizem que a corda aguenta não sei quantas toneladas, nunca aconteceu um acidente, etc.

Venta bastante no local e mesmo com a alta temperatura, faz bastante frio. Eles deixam disponíveis cobertores para quem quiser, porém ninguém pensa nisso antes do pulo.

Eles possuem câmeras em vários locais da ponte para filmar as pessoas e podemos ver o pulo de cada integrante do grupo ao vivo por uma televisão que está lá.

Agora ou nunca

Acontece tudo tão rápido que não dá nem tempo de sentir medo. Eles chamam o seu nome, você senta num banco e eles amarram a corda no seu pé. Você não consegue andar, pois está amarrada, e eles te carregam até o local do pulo. Confesso que até o último milésimo de segundo, achei que fosse desistir. Mas aí você está lá, com metade do pé para fora, e se solta.

São três segundos de queda livre (que parecem trezentos), e a corda te puxa para cima pelo menos três vezes. Ao contrário do que pensava, não se sente nenhum impacto quando a corda puxa e a sensação não é a de que você está indo para cima e para baixo, mas de que você está voando. É incrível!!

De repente, a corda fica totalmente esticada e você fica pendurado, esperando alguém te buscar. Provavelmente o tempo de espera é de apenas dez ou quinze segundos, mas parece que é um tempo bem maior. É bem desconfortável: o sangue sobe para a cabeça, você está pendurado no meio do nada e bem longe do chão, não se escuta um barulho. O pior é que dá uma sensação de que a corda vai escorregar do seu pé e você vai cair, é horrível.

Mas logo um dos funcionários da Face Adrenalin chega, te vira para cima, prende alguns cabos em você e fica tudo bem. Parece que ele está fazendo tudo isso e vocês estão parados no mesmo lugar, mas assim que ele termina você percebe que está lá em cima de novo.

O pulo termina e você se sente uma nova pessoa. É muito medo, adrenalina e para mim, algo que sempre quis fazer uma vez na vida. É uma sensação maravilhosa de voar e superar os seus medos.

Obs. Dois dias depois, estava num hostel em Plettenberg Bay e o Gerhardt, gerente do albergue, pediu para ver o DVD do pulo. Após algumas cervejas e ele falar que nunca faria isso na vida umas dez vezes, eu disse, brincando, que ele tinha que ir e que se ele fosse eu iria com ele novamente. No dia seguinte, ele me acordou as 8h da manhã já preparado para ir, e ainda nos conseguiu um bom desconto. Não tive outra escolha e tive que pular de novo, hehe!

No segundo pulo, você pode pular de costas, como eu fiz. A sensação foi ainda melhor pois você perde o medo de que a corda vai arrebentar e curte mais o momento. É demais!!! Segue os vídeos dos meus pulos e as fotos:

O primeiro pulo

O segundo pulo