O trompetista e compositor Bonfiglio de Oliveira (1891-1940) é um dos maiores instrumentistas de sopro. Nasceu em Guaratinguetá, interior paulista, filho de um contrabaixista, que lhe passou noções de música. Na adolescência, passou a tocar trompete, integrando a banda da qual o pai fazia parte.

Foi ouvido pelo maestro Lafaiete Silva, irmão de Patápio Silva, que o convidou para ir ao Rio de Janeiro. Tornou-se grande amigo de Pixinguinha, vínculo que preservou até o final de sua vida. Aprofundou estudos e entrou para a Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro.

Seu talento e versatilidade permitiram que, como instrumentista de alto gabarito, transitasse pelas esferas erudita e popular da música. Fez suas primeiras gravações nos anos 1910 na Odeon.

Com Pixinguinha, tocou no Choro Carioca, no Grupo Caxangá, no Grupo da Velha Guarda, Orquestra Típica Victor e Orquestra Victor Brasileira. Tocou no teatro de revista, excursionando pelo Brasil e exterior, sempre com reconhecimento de público e crítica. Foi homenageado pelo Presidente Washington Luiz em 1930, recebendo uma placa de ouro que dizia “ao maior pistonista do Brasil, Bonfiglio de Oliveira”. Com cerca de 50 composições, teve sucessos como a valsa “Glória”, choros “Lembranças do passado”, “Flamengo” e “Saudades de Guará”, entre vários outros.

“Saudades de Guará” (1979), com Copinha:

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