Cenário do filme ‘Robocop’, Detroit tem atrações inusitadas

Mesmo com este cenário pouco estimulante, Detroit volta a ser notícia com a versão 2014 do clássico filme "Robocop"

Nos últimos anos, as notícias têm sido pouco animadoras em Detroit. A cidade está entre as dez mais violentas dos Estados Unidos, a falta de emprego atinge a casa dos dois dígitos e as últimas crises econômicas continuam afastando a população.

Mesmo com este cenário pouco estimulante, Detroit volta a ser (boa) notícia com a estreia da versão 2014 do clássico filme “Robocop”, a história do policial ferido que retorna como um poderoso cyborg.

Vista do Gabriel Richard Park, em Detroit (EUA)

Antigo coração da indústria automotiva do país, Detroit ainda relembra de forma nostálgica o que sobrou da época em que a cidade se orgulhava do título de Motor City.

Museus dedicados a Henry Ford, uma das figuras mais ilustres da cidade; espaços de artes clássicas; música no melhor estilo Motown; e um projeto de arte urbana que transformou casas abandonadas da periferia em uma galeria a céu aberto.

Heidelberg Project

O Heidelberg Project foi criado pelo artista plásticoTyree Guyton

Instalado em East Side, bairro de Detroit que abriga a comunidade africana mais antiga da cidade, este projeto é formado por casas abandonadas de antigos moradores que foram transformadas em instalações artísticas ao ar livre feitas com desenhos, esculturas, grafites e objetos como bichos de pelúcia, aparelhos domésticos e (claro) carcaças de carros.

O Heidelberg Project, criado há quase 30 anos pelo artista Tyree Guyton, ocupa, atualmente, dois quarteirões deste bairro afastado (e vazio) de Detroit.

 

Henry Ford Museum

Carros exposto no Henry Ford Museum

A atração turística mais popular da cidade reconta a história do automobilismo com modelos produzidos pela Ford e por marcas concorrentes como a Volkswagen e a GM.

Sua área de pouco mais de 36 mil m² abriga ícones da indústria como o primeiro carro criado por Ford, um quadriciclo de 1896 que funcionava com um motor de combustão interna; e o modelo F da Packard que, em 1903, cruzou em 61 dias todo o país entre Nova York e São Francisco.

Na lista de modelos nostálgicos do museu que ainda guardam um certo espírito de modernidade estão o cobiçado Chevrolet Bel Air, o exibido conversível de 1956 comercializado na época como um modelo que misturava os conceitos de luxo e aventura para motoristas jovens.

Inaugurada em 1903, a Ford se tornou um ícone da indústria automobilística por conta do Modelo T, de 1908. O empresário Henry Ford ficou conhecido, mundialmente, pela criação do conceito de ‘linha de produção’, o ‘fordismo’.

Fábrica Ford

Tour pela fábrica da Ford, em Detroit

Mais do que uma visita estática com carros que se exibem para fãs do assunto, o museu Ford oferece também uma inusitada visita pelo interior da fábrica do modelo Ford 150, com direito a conhecer carros icônes da empresa como o Thunderbird de 1956 e o esportivo Mustang de 1965, e acompanhar diferentes fases da produção dessa picape feita com, aproximadamente, três mil peças.

Conhecido como Ford Rouge Factory Tour esta é uma das atrações mais interessantes e interativas da cidade, mesmo entre os que não se interessam pelo assunto.

 

Detroit Institute of Arts

‘Detroit Industry’, mural pintado por Diego Rivera em homenagem à indústria automotiva

Picasso, Van Gogh, Rodin e Diego Rivera são alguns dos artistas que têm trabalhos expostos neste museu com acervo de 60 mil peças artísticas, considerado um dos maiores museu dos Estados Unidos. Dividido por salas temáticas de acordo com a origem das obras, o local guarda peças desde a Pré-História até o século 21.

Um dos ambientes mais concorridos é a sala que abriga Detroit Industry, obra com 27 painéis pintados pelo mexicano Diego Rivera e patrocínio de Henry Ford que prestam homenagem à mão de obra da indústria automobilística.

 

Motown Museum

Fachada do Motown Museum, em Detroit

A popular música negra americana dos anos 60 é o tema deste museu que funciona na antiga casa de Berry Gordy, fundador do Motown Records, ícone de toda uma geração. Dali, saíram sucessos mundiais gravados pelo quinteto Jackson Five, e cantores como Diana Ross, Marvin Gaye e Stevie Wonder.

Objetos da época como figurinos e capas de discos, fotografias da vida pessoal de Gordy e a famosa sala de gravação são os destaques do museu.

Por Eduardo Vessoni, do blog Viagem em Pauta