Conheça os principais sambas de Ismael Silva

16/09/2014 00:19

As composições mais conhecidas de Ismael Silva datam da primeira metade da década de 1930. Protagonista na mudança do ritmo do samba para uma melodia mais percussiva e dançante, o sambista teve como principais parceiros Nilton Bastos e Noel Rosa nesta fase artística de sucesso.

Com Nilton, destacam-se “Nem É Bom Falar” (1931), “O que Será de Mim” (1931), “Se Você Jurar” (1931), “Amar” (1931), “É Bom Evitar” (1931), “Eu Bem Sei” (1931) e “Feiticeiro” (1931). No auge de sua carreira, o parceiro falece e, muito sentido, compõe o samba “Rir Pra Não Chorar” (1931) e ao lado da partitura deixa o recado: homenagem a Nilton Bastos.

Já com Noel, com quem compôs 18 sambas, estão “Gosto, mas Não Muito” (1931), “Ando Cismado” (1932), “Adeus” (1932), “A Razão Dá-se a Quem Tem” (1932), “Não Tem Tradução” (1933), “Para Me Livrar do Mal” (1932), “Uma Jura que Eu Fiz” (1932), “Vejo Amanhecer” (1933) e “Assim, Sim” (1934).

Este estilo de samba consagra-se como o gênero do disco e da radiofonia. Estas associações levam críticos e intelectuais a questionarem a autenticidade do samba, uma expressão da cultura popular urbana que começava a se descaracterizar por causa da indústria musical.

Mário de Andrade, que considerava Ismael um dos principais compositores do Brasil, foi uma das figuras a destacar isso. Por outro lado, o compositor e cronista Orestes Barbosa tinha uma visão oposta sobre o rádio: via no meio uma forma de impulsionar a afirmação do novo gênero.

Com Silvio Caldas, Mario Reis e Francisco Alves nas rádios, o samba passa a ser mais percebido, difundido e valorizado. No entanto, perdia-se de vista quem estava por trás das aclamadas canções, pois era comum o cantor não dar o devido crédito ao letrista – muito menos o lucro pelo direito autoral.