Drops Local Friend: Um passeio pela memória argentina

Viva o espírito de diferentes cidades; alugue um amigo local pelo mundo

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Fachada do Parque de La Memoria[/img]

Inaugurado em 2007, o Parque de la Memória é um espaço público de 14 hectares, localizado na Costanera Norte, bem pertinho da Cidade Universitária e à beira do Rio da Prata, onde muitos corpos foram jogados durante a última ditadura militar na Argentina, entre 1976-1983.

Logo que a gente chega, impressiona um muro gigante que abriga 30 mil placas, sendo que 9 mil delas contêm nomes de pessoas desaparecidas, reunidas pelo ano em que foram sequestradas e em ordem alfabética.

Outra informação é a idade que tinham na época e, no caso das mulheres, se estavam grávidas ou não. É impressionante a força e a tristeza deste lugar –um dos poucos espaços na cidade que familiares e amigos dos desaparecidos possuem para deixar uma flor.

 

Esta lista se complementa com um arquivo digital que, a pedido, pode ser consultado por familiares, estudantes, investigadores e público em geral, e que contém fotos, desenhos e objetos pessoais de cada um deles. Atualmente, site oficial está em atualização, mas qualquer demanda pode ser feira pelo Facebook.

Há ainda um espaço de arte, chamado Sala Pays (Presentes, Ahora y Siempre), que abriga exposições, conferências e debates sobre o tema. Neste lugar funciona o Centro de Informação, uma biblioteca, um arquivo de imprensa e oficinas educativas.

 

Neste momento, está em exposição uma mostra chamada Linha do Tempo, de Fernando Goin, sobre alguns momentos especiais da história política argentina. Cada tema –o bombardeio da Praça de Maio, em 1955, por exemplo, quando um setor do exército tentou derrubar o então presidente Juan Perón –vem acompanhado de uma seleção de imagens e sons vinculados a ele. Super interessante. P

ara completar, há ainda diversas esculturas espalhadas pelo parque. Entre elas uma chamada 30.000, de Nicolas Guagnini, formada por 25 prismas retos, feitos de aço. Esses prismas funcionam de suporte para o retrato do pai do artista, desaparecido em 1977. Os visitantes só podem ver a imagem completa de um único ponto de vista, descoberto ao caminhar.

 

Uma das mais impactantes é Reconstrucción del Retrato de Pablo Míguez, de Claudia Fontes, em homenagem a um dos mais jovens desaparecidos, aos 14 anos. A estátua, em tamanho real, se mantém em pé sobre as águas do Rio da Prata, a 70 metros da costa. É triste. Mas as sombras também são parte das viagens.

PARQUE DE LA MEMORIA
Onde: Av. Costanera Norte Rafael Obligado, 6745
Horário: das 10h às 18h.Visitas guiadas às 11h e às 16h
Telefone: 4787-0999/6937
E-mail: parquedelamemoria@buenosaires.gob.ar
Site: parquedelamemoria.org.ar
Para chegar de bicicleta: Pegar a ciclovia Virrey Liniers-Billinghurst (av. del Libertador- Olleros) Figueroa Alcorta até o cruzamento do Ferrocarril Belgrano Norte, depois seguir por avenida Costanera, passando pela Ciudad Universitaria até o Parque de la Memoria.