Duas coisas tornam Bali imperdível: o balinês e sua religião

Por: Catraca Livre

Depois de 20 dias na Ásia, posso dizer que a nossa viagem foi tudo aquilo que esperávamos. Bali, Cingapura, Koh Pangan, Phi Phi e Koh Lipe…e as ilhas ao redor, não deixaram nada a desejar. Cada lugar com a sua identidade e todos incríveis. Entramos em 2015 na maior energia!!

Revendo as fotos para o post, bateu aquela melancolia pós viagem incrível. Sabe? E é com essa vontade de voltar no tempo que apresento para vocês a nossa Bali –que foi a nossa primeira parada. (reveja aqui o post com os preparativos para a viagem).

Ao longo da viagem, até os aeroportos nos chamaram a atenção e o de Bali foi um deles…todos com características do lugar…bonitos e bem diferentes do que estamos acostumados.

Quando viajamos, isso serve para todos os viajantes, sempre tentamos tirar o melhor de cada lugar. Em Bali tinha sim pobreza, tinha sim praias não tão bonitas, trânsito (como em vários outros lugares da Ásia)…mas estávamos lá para conhecer o diferente e foi com isso na cabeça, que conseguimos encontrar muita beleza.

Apesar de a Indonésia predomidar a religião mulçumana, em Bali grande parte da população é hinduísta –e é ai que está todo o charme do lugar. Em todos os cantos da ilha é possível encontrar oferendas, o balinês faz de 20 até 50 delas por dia e todas mega caprichadas. As oferendas colocadas no chão são para os maus espíritos e as que estão no alto são para os bons, quanto mais alto mais bons espíritos você alcança.

 

Abaixo uma senhorinha toda simpática trocando a sua oferenda. Esses bambus estão por toda a cidade e servem como um “altar” para as oferendas.

 
 
 

Outro ponto forte de Bali, é o balinês, cara que povo fofo…sempre com um sorriso no rosto daqueles gostosos de receber. Eles acreditam em Karma, ou seja, tudo o que você faz volta para você…talvez seja por isso que eles são tão queridos (rssrs). Em todos os lugares que iamos, ou pediam para tirar fotos com a gente ou abriam um sorrisão para a nossa câmera.

Bali é uma ilha grande, então se você quer explorá-la, como nós fizemos, você precisa alugar um carro. Nos arrependemos de não ter alugado antes de viajar, quando fomos procurar por lá com a ajuda do hotel, quase todos não tinham mais. Na verdade, eu é que convenci o pessoal a não alugar, tinha lido em muitos blogs que o trânsito da cidade era um caos, logo pensei que era tipo o Cairo (reveja o post aqui), ou seja, só locais conseguem enfrentar aquilo…mas na real, não é tão terrível assim. Tem bagunça, tem muitos motoqueiros e tem a mão inglesa…mas, o grande problema mesmo é o trânsito….se perde muito tempo para ir de um lugar para o outro.

No primeiro dia, fomos conhecer o templo de Tanah Lot. Esse é um dos maiores de Bali e mais famosos…estava bem cheio nesse dia.

Antes de mais nada, pausa para uma apresentação, a nossa companheira de viagem e grande amiga – a Isa. Vocês vão ouvir falar muito dela por aqui e nos próximos posts.

Metida a corajosa, lá foi ela querer pegar a cobra, mas ai descobrimos que para pegar tinha que pagar…teve que se contentar em fazer um carinho.

Olha o sorriso do tiozinho…é disso que eu estou falando: balinês = sorriso gostoso.

O templo foi construído numa pedra e só é possível chegar lá quando a maré está baixa, não demos essa sorte. Lá tem vários outros mini templos…só que em Bali nem todos são abertos para visitação, ou porque são parte de uma casa, ou porque são de um “bairro”. Na cultura balinesa, quando as pessoas casam elas continuam morando com as famílias, formando quase que uma vila familiar..e essas famílias constroem templos para o seu uso e muitos deles são bem bonitos.

 
 
 
 

O engraçado dessa visita é que éramos quase que mais sucesso que o próprio templo por ali…vários vinham nos pedir para tirar fotos…e a gente tirava, amarradões.

 
 

Andando mais um pouco por aqui, chegamos num tipo de um mercadinho e uma barraca nos chamou a atenção pois o cara tinha dois morcegões de estimação. Jéééésuis nunca tinha visto um bicho daquele…meio monstruoso. Depois de muito fotografar os morcegos, fomos nos dar conta que estávamos num Coffee Shop…e não era qualquer Coffee Shop…era de Luwaka café –o café mais raro e caro do mundo. Ele é feito com grãos que são resultado da digestão do café feita por um mamífero bem simpático –o Civeta…resumindo: sim, é o cocô do bicho que é a matéria-prima.

Eu não provei o café, estava um calor de matar e tudo o que eu não queria era um drink quente. A Isa e o Roy tomaram e acharam Ok. Mas na real, era impossível degustar o café como ele merecia com o calor que estava naquele dia.

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Nesse dia, perdemos muito tempo tentando achar um carro e depois parados no trânsito..então, quase que só fizemos esse passeio. Saimos daqui famintos e fomos descendo em direção a praia de Jimbaran.

No caminho, encontramos uma garotada cantando e dançando com máscaras e não resistimos…paramos para uma foto. Eles estavam na frente de um templo – que provavelmente deveria ser daquela comunidade…uma graça.

Repare na alegria do Roy…foi bem legal esse encontro.

Para entrar nos templos existem várias regrinhas, uma delas é o uso do Sarong, tipo uma canga usada para cobrir as pernas. Aqui homens, mulheres e até as estátuas de deuses têm que usar – nada de privilégios (rs).

Esse era um templo particular, então não era permitido entrar…mas eles são tão lindos desde a porta, que já nos contentamos.

 

 
 

Enfim, hora de comer…comemos muito, mas muito bem! Só de lembrar desse peixe já me dá água na boca.

 

Depois dos nossos passeios sempre voltávamos para o hotel mortos e muitas vezes deitávamos sem nem jantar. Compensávamos a fome no café da manhã do hotel, que seguindo os costumes locais de não distinguir as refeições, ou seja, no café da manhã, almoço e jantar eles geralmente comem a mesma coisa, nos serviam macarrão de arroz, peixes, arroz…. Isa e Roy mandavam ver…eu ficava no café da manhã mais no nosso estilo mesmo.

No segundo dia, acordamos bem cedo, pois íamos dirigir bastante até Ubud –distrito que fica no centro da ilha. Antes mesmo de sair do hotel, descobrimos que era um dia de comemoração para os balineses, quase como se fosse um Natal nosso. Colocamos os pés na rua e logo percebemos que tinha algo diferente –as pessoas estavam com roupas típicas, segurando várias oferendas e no caminho presenciamos algumas cerimônias hindus– estava muito bonito de ver. Com toda a nossa curiosidade, não aguentamos e paramos para fazer fotos ao longo do percurso.

 

Repare na habilidade da moça na curva, com o bebê no colo e sentada de ladinho. Senhorrrr!!

 
 
 
 
 
 
 
 

Ainda nesse caminho e por toda ilha a paisagem mais comum são os terraços de arroz. Por causa do desenvolvimento do sistema de irrigação por cascata, os balineses são considerados um dos povos agrários mais organizados e avançados, existem registros dessa atividade desde 300 aC.

O arroz tem um importância que vai além da alimentação para esse povo, eles até têm uma deusa do arroz –Dewi Sri, e muitos eventos estão relacionados com as datas das colheitas. Além disso, é possível encontrar vários balineses enfeitados com arroz como se fosse um terceiro olho –como a moça abaixo.

Os terraços formam paisagens lindas e meio que sem querer paramos num dos mais famosos por lá, o Tegalalang. Com vista para ele ficam vários restaurantinhos, mas ainda era cedo para pensarmos em comer, então seguimos para os elefantes.

 
 
 

O passeio de elefante era uma coisa que queríamos muito desde o início da viagem – sempre tive vontade de ver um elefantinho ao vivo. Então, pesquisamos e achamos o Elephant Safari Park Lodge. Além das atividades com os animais, o lugar é um hotel mega luxuoso com tudo que um hotel assim tem direito.

Nós fomos para passear com eles, mas o mais legal mesmo é alimentá-los e fazer carinho neles…o passeio uma hora fica bem sem graça. No dia que estávamos lá, postei uma foto no nosso Instagram (casei_mudei) e uma seguidora me mandou um vídeo de maus tratos de animais na Tailândia e isso me fez querer pesquisar mais sobre o parque que fomos.

Não gosto do tipo de turismo que explora animais e ver ali que os bichos são bem tratados faz diferença. Bom, claro que o melhor lugar para eles é a natureza, mas os animais desse parque são resgatados de florestas devastadas em Sumatra e antes que eles virem animais usados no carregamento de madeira ou outras atividades ilegais…são resgatados e levados para esse parque que fica em Taro (perto de Ubud), justamente por ter o mesmo clima e vegetação das florestas de Sumatra. Aqui, eles até têm filhotes.

Claro que não posso colocar a minha mão no fogo por essas informações, mas ali acredito que eles vivem em condições boas…diferente de outros lugares que vi pela Tailândia.

 
 

 
 
 

Saindo do parque vimos duas “procissões” de balineses. O primeiro com crianças e a outra com adultos, mas ambos só com homens. Tocavam instrumentos e um dragão (tipo os chineses) acompanhava eles dançando. Sei que está ficando repetitivo falar que foi lindo…mas foi lindo (rs)!

 
 
 
 
 

Fome bateu e resolvemos ir para o centrinho de Ubud almoçar no Café Lotus, li sobre esse lugar num blog que falava que tinha uma comida local bem boa e uma vista para um templo. Nesse dia, por ser um dia de festa, estava fechado…mas o passeio valeu a pena mesmo assim.

Logo na entrada do templo, ali no “quintal” do restaurante, entendi o motivo do nome do lugar…um lago cheio de flores de lótus recebeu a gente –coisa linda!!

 
 
 

Estávamos num pique frenético nesse dia para conseguirmos rodar o máximo possível de lugares…partimos então para a Floresta dos Macacos.

Já tinha lido sobre os cuidados necessários para não ser atacada pelos bichos – nada de comida nas mochilas, cuidado com os pertences e sem macacada com os bichos…nunca esquecer que são animais selvagens. Caso você não siga as instruções e for atacada (tipo a Isa rsrs), sempre tem uns mocinhos que ficam por ali para te salvar.

Eu fiquei na miúda e passei desapercebida pelos bichos…mas a Isa que resolveu comprar um cacho de bananas, sentiu na pele o que é brincar com a fome de um macaco (rs).

 
 
 
 
 
 
 

Quando elas estão com filhotes entãooo…até tirar foto muito perto pode ser perigoso. Medo dessa bocona!

 

Se você não avançar o sinal e ficar calma, dá até para brincar com o bicho. Eu heinnn…

 
 

Isa e a macaca esfomeada!! Enquanto a Isa quase morria de susto, o Roy não parava de fotografar…isso é que é saber aproveitar o momento!!! Boa, amore!!

Lá também tem um templo lindíssimo…e como não podia ser diferente (já que estávamos em dia de festa), estava acontecendo uma cerimônia.

 
 

Bora para hotel…horas e horas de trânsito depois estávamos deitados na cama mais uma vez sem jantar…mortos, mortinhos!

No dia seguinte, nosso último dia em Bali, a ideia era subir um pouco para o norte para vermos um templo que queríamos e depois partir para o sul da ilha para conhecer a praia dos surfistas e o templo de Uluwatu.

Primeira parada templo de Taman Ayun, conhecido por seus jardins e seus 29 santuários que formam uma paisagem incrível. Ali, descobrimos mais uma regrinha para entrar nos templos, proibido mulheres naqueles dias, isso porque elas são consideradas sujas.

 
 
 
  
 
 
 
 
 
 

…e foi aqui mesmo, nesse templo lindão que achamos o lugar do nosso primeiro pulo na Ásia. E quem viaja com a gente entra na dança…

 
 
 
 

Também foi aqui que achei as duas meninas mais lindas de Bali…me apaixonei, mas acho que assustei um pouco a pequenina (rs).

Daqui fomos para a praia de Balangan, aproveitamos para comer ali. Foi essa nossa primeira experiência mais próxima de um piriri…paramos num dos “restaurantes” ali de frente para o mar…entre aspas, porque era na verdade a casa de uma família…certeza que depois o nosso pedido serviria de jantar para eles, ou pior, tinha sido o almoço deles e requentaram para nós. Bom, nem sei direito o que tinha no meu prato, mas estava uma delícia…e nada de piriri.

 
 
 
 
 

O deus Ganesha é quem recebe as pessoas ali na praia. Ele é um dos mais venerados deuses do hinduísmoe e é considerado o mestre da sabedoria e do intelecto. Também é o deus da boa fortuna, por isso muitos estabelecimentos comerciais têm uma imagem dele na porta.

Continuamos descendo para o extremo sul da ilha…

Chegamos ao templo de Uluwatu, bem famoso também, mas não só por seu templo ali na encosta com vista para mar, mas por seus macacos selvagens. Logo na entrada encontramos com uma turista que havia sido atacada…eiiita

Na real, eu acho que se você não provocar e não der mole com seus pertences tudo ficará bem.

 
 
 
 
 
 

Meu balinês…

 
 
 
 

Presenciamos a ação criminosa dessa criatura que parece pacata… andando de mansinho, ele foi até um menino que estava sentado ali perto e PUMMM…roubou o óculos. Depois um mocinho de lá foi atrás do bicho e com comida o atraiu e resgatou o óculos, mas já estava quebrado. Bicho sem vergonha!

 
 

Pertinho daqui fica a praia de Uluwatu e foi para lá que seguimos. Conhecida como point do surf, essa praia não é bem uma praia…é uma entrada para o mar no meio de algumas pedras – juro, um perigo, bando de surfistas doidos.

Para os balineses os surfistas são pessoas muito corajosas, já que enfrentam os maus espíritos que eles acreditam que vivem no mar, ao contrário, as montanhas são onde vivem os bons espíritos.

Aqui na praia de Uluwatu é onde está o agito. Vários bares com vista para o mar e para os surfistas se amontoam na encosta e quando a noite chega é lá a balada. E definitivamente é o point dos Australianos…loiros e loiras as pencas, muita gente bonita.

Para quem resolver passar o dia por lá, a opção da piscina com fundo infinito para o mar é irresistível, além do preço bem bom tem direito a almoço e alguns pacotes, até massagem. Chegamos tarde e o local já estava fechando para um casamento.

 
 
 
 
 
 

Como estávamos mortos de calor e desejando uma piscina…fomos para a segunda opção que eu tinha visto num blog, o restaurante El Kabron. Bem menos agitado que a praia de Uluwatu e mais caro, mas com serviços que justificam o valor, o lugar é um restaurante espanhol, com dj, bons drinks e uma piscina com uma vista de encher os olhos.

 
 
 

E foi assim, com essa vista que nos despedimos de Bali.

Daqui ainda demos um pulo na baladinha de Uluwatu só para brindar o fim da primeira parte da viagem.

 

Para os interessados, ficamos no hotel Mega Boutique e recomendo. Tudo limpinho, café da manhã bom, piscininha e localização que para a gente serviu muito bem. Estávamos no meio do caminho para Ubud e Uluwatu, ou seja entre os dois pontos da ilha que mais queríamos explorar.

Espero ter conseguido passar um pouco da delícia que foi Bali para vocês. Caso esteja pensando em viajar para Ásia, inclua no seu roteiro essa ilha cheia de sorrisos, bela e interessantíssima cultura e lugares lindos…se puder e quiser conhecer toda a ilha, acho que uns cinco dias são suficientes.

Beijos e logo mais contaremos como foi Tailândia…outro lugar imperdível!!

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