Em São Paulo, lixo orgânico de feiras livres vai virar adubo

Projeto quer reutilizar podas das árvores e lixo das feiras livres. O objetivo é construir soluções de coleta e tratamentos para resíduos, ajudar produtores rurais com adubo, diminuir o lixo transportado e aumentar a vida útil dos aterros

07/10/2013 16:06 / Atualizado em 04/05/2020 12:20

Na compostagem, resíduos são despejado sobre serragem para formar a leira e se decompõem sem chorume e mau cheiro
Na compostagem, resíduos são despejado sobre serragem para formar a leira e se decompõem sem chorume e mau cheiro

A Prefeitura de São Paulo pretende tirar 62 mil toneladas anuais de resíduos orgânicos que hoje são destinados para aterros  e transformar o material em adubo. Hoje, 53% do lixo coletado é orgânico e não é aproveitado. Caso fosse levado para centrais de compostagem, a emissão de gás metano, que gera efeito estufa, diminuiria 20 vezes.

A ideia é criar quatro centrais de compostagem até 2016. Cada uma delas deve ter custo mensal de R$ 500 mil, valor equivalente ao gasto para transportar e enterrar o lixo das feiras livres em aterros. O programa espera economizar 30% na limpeza das feiras.

Em fase de testes

Uma feira livre de São Mateus, zona leste, está servindo como testes para o projeto. Todo o lixo orgânico ali produzido deixou de ser enviado para o aterro que fica na divisa com Guarulhos para compostagem no próprio bairro.

Os próprios feirantes têm colaborado, descartando os restos de frutas e verduras nas caçambas que serão destinadas para compostagem, diminuindo o lixo jogado no chão. A Prefeitura quer transformar 2 garis em agentes ambientais, que vão acompanhar a coleta, transporte e compostagem.

Cerca de 40 agricultores da zona leste já estão aguardando o adubo da feira livre de São Mateus, o que pode baratear a produção e o custo final dos alimentos.