Encontro entre o mar e a floresta no litoral fluminense
Por Camila Fróis, da Garupa
Do alto dos mirantes, a paisagem é surpreendente. Um longo braço de mar avança pela floresta em tons azul-turquesa, cercado por muito verde. Na bela baía de Paraty, a Mata Atlântica se debruça sobre o Atlântico, produzindo contrastes e contornos inesperados, como os do incomum Saco do Mamanguá. Comparado a um “fiorde tropical”, a formação é ocupada por dezenas de pequenas comunidades que sobrevivem da agricultura de subsistência, da pesca e, mais recentemente, do turismo.
Para admirar tal paisagem, é preciso sacolejar 17 km em uma estrada em condições precárias de Paraty até o distrito de Paraty-Mirim e, de lá, contratar um traslado de 40 minutos de barco até uma das praias do lugar. São 33 ao todo para a felicidade dos visitantes que ainda podem explorar rios, restingas e um manguezal que forma um verdadeiro berçário marinho.
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A dificuldade de acesso ajuda a preservar a natureza e a cultura dos povos tradicionais, mesmo em uma das faixas litorâneas mais frequentadas do país. Lá, não há energia elétrica, estradas e raros são os pontos com sinal de celular. Apesar disso, não faltam opções de pouso nas duas ótimas hospedagens do destino ou no camping do Sr. Orlando. Ao cair da noite, as velas e lampiões iluminam os jantares à beira da praia, fartos em frutos do mar fresquinhos.
Além da preservação ambiental, a sustentabilidade dos povos do Mamanguá é uma preocupação que norteia o turismo comunitário ou ecológico, que surge como uma alternativa capaz de aliar cultura, economia e natureza, de forma equilibrada. Dormir e acordar com a vista do mar, observar as canoas e os barcos coloridos dos pescadores, encarar a trilha do Morro do Pão de Açúcar (com a melhor vista da região), nadar, remar e fazer aulas de artesanato são algumas das opções para quem se aventura por ali. As atividades são oferecidas pela operadora Aroeira ou pela Agência Interação, que atua com experiências de educação, aventura e ecoturismo na região, através da valorização da biodiversidade e da cultura tradicional.
SERVIÇO
Como chegar – O acesso até Paraty-Mirim se dá por estrada de terra, que inicia no km 593 da rodovia Rio-Santos. O distrito está situado a 17,2 km de Paraty por estrada (9,6 km de asfalto mais 7,6 km de terra) ou 8,7 milhas por mar.
Para chegar ao Mamanguá, é preciso contratar um barco, que leva cerca de 40 minutos até as praias do Saco.
Quem leva
Interação ambiental – Os roteiros envolvem atividades de esporte, como canoagem e trekking, e de cultura, como visita às casas de farinha, aula de pesca e artesanato. Há também expedições em canoas canadenses. A empresa oferece ainda hospedagem.
Site: www.sacodomamangua.com
Tel.: (24) 3371-1951/ (24) 9816-9659
Aroeira Outdoor – Opera roteiros de canoagem com caiaques oceânicos incluindo hospedagem no Mamanguá Eco Lodge, trekking no Morro do Pão de Açúcar e aula de artesanato.
Site: www.aroeiraoutdoor.com.br
Tel.: (11) 4402-1541
Onde ficar
Mamanguá Eco Lodge – Com uma área verde muito bem planejada, piscina natural com vista para o Morro do Pão de Açúcar, praia de areias finas, oferece hospedagem, opção de “Day Use” e boa gastronomia na Praia Grande.
Site: www.mamangua.com.br
Tel.: (11) 4063-8242/ (11) 9616-0630
* A Garupa é o primeiro portal de crowdfunding do Brasil criado para financiar iniciativas de turismo sustentável: viagens que protegem a natureza, melhoram a qualidade de vida e a economia de destinos incríveis de norte a sul do país.
O crowdfunding é uma vaquinha online. Pelo site da Garupa (garupa.juntos.com.vc) você conhece projetos inspiradores que precisam de dinheiro para sair do papel. E pode doar qualquer valor pra eles. Em troca, ganha recompensas relacionadas àquela experiência turística sustentável que está ajudando –pode ser de uma receita típica, uma peça de artesanato ou até a viagem em si.