Ernesto Nazareth e seu piano brejeiro
O piano foi um dos instrumentos mais destacados do século XIX, disputando com as orquestras de câmara as peças escritas pelos compositores. Foi também cultivado pelas camadas médias urbanas, especialmente pelas “moças de boa família” que, além do bordado, tinham no piano elemento integrante do seu curriculum para um casamento aceitável.
O carioca Ernesto Júlio de Nazareth, nascido em 1863 no Morro do Nheco, foi um mestre nesse instrumento, escrevendo para ele mais de duas centenas de peças. Com isto, contribuiu para a consolidação das características da música nacional. Nazareth começou seus estudos com sua mãe. Depois, seguiu com outros mentores, entre eles Charles Lambert, até que resolveu avançar por conta própria.
Tocou na Casa Mozart para divulgar partituras lançadas e também na sala de espera do Cine Odeon, onde chegou a reger um pequeno grupo de câmara. Foi dos primeiros na radiodifusão, trabalhando na pioneira Rádio Sociedade (RJ). Faleceu aos 70 anos, em 1934.
- Sesc São Caetano retorna com sextas culturais: ‘Choro Dentro de Casa’
- Em Cultura, Hercules Gomes recebe o Prêmio Cidadão SP
- Guegué Medeiros apresenta disco instrumental no Brincante
- Vídeo de instaladores tocando piano para cliente viraliza
Ernesto Nazareth é uma espécie de agente intermediário entre a música erudita e a popular. Cultivou a valsa, a polca e, especialmente, o tango brasileiro, tomando parte desta forma do ‘caldo original’ na formação do gênero choro.
Tango “Brejeiro” com o pianista Alexandre Dias:
“Odeon”, “Brejeiro” e “Bambino” são exemplos de tangos hoje no repertório de qualquer chorão. Em 2014 suas partituras foram consideradas pela UNESCO patrimônio universal da humanidade.
Gostou de conhecer Ernesto Nazareth? Confira as outras publicações da Escola do Choro e até breve!
Para saber mais sobre o Choro, leia o livro “Chorando na Garoa: Memórias Musicais de São Paulo” (adquira o seu através do link http://www.freenote.com.br/), mande e-mail para [email protected] ou acesse a fanpage.