Escute e entenda três sambas de teor político e social
O golpe militar que instaurou uma ditadura no Brasil (1964-1985) completa 50 anos em 2014. Qualquer manifestação que fosse contrária ao governo era reprimida, desde censura a conteúdos a agressões físicas.
A resistência no meio artístico não deixou de se posicionar, buscando sua liberdade de expressão na subjetividade. Neste contexto, surgem músicas de protesto cujo teor político e social passava muitas vezes despercebido.
Confira três sambas contrários à ditadura militar e entenda suas abordagens:
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“Vai Passar”
Lançada em 1984, penúltimo ano dos militares no governo, o samba de Chico Buarque criticava a arbitrariedade política do momento com um tom positivo. Em “Vai Passar”, sonha com o dia em que esta “página infeliz da nossa história” seja uma “passagem desbotada na memória das novas gerações”. Na letra, fala sobre a visão deturpada dos brasileiros que aceitaram o regime militar sem questionamentos.
“O Bêbado E A Equilibrista”
Composta por Aldir Blanc e João Bosco e lançada no disco “Linha de Passe” (1979), “O Bêbado E A Equilibrista” foi gravada por Elis Regina. Entre referências e metáforas, a música cantava que ainda havia esperança pela anistia dos exilados.
Além disso, em alusão às esposas do operário Manuel Fiel Filho e jornalista Vladimir Herzog, a letra trata das várias Marias e Clarisses que choram a morte de seus amados. Ambos foram assassinados sob tortura do exército.
“Apesar De Você”
Escrito por Chico Buarque, “Apesar De Você” foi lançado em 1970 – durante a presidência de Médici. Depois de Geraldo Vandré, o artista foi o mais censurado pelo governo militar. Desta forma, o compositor inventou uma história para mascarar suas reais intenções.
O samba fazia uma óbvia referência ao presidente, mas Chico afirmava que se tratava apenas de uma briga de marido e mulher. A música chegou a ser gravada, mas tocou nas rádios por um curto tempo. Como esperado, Chico foi censurado novamente.