Família Schurmann dá volta ao mundo a bordo de veleiro tecnológico

A expedição foi inspirada no livro “1421”, do britânico Gavin Menzies

24/09/2014 19:20 / Atualizado em 06/05/2020 17:09

A família Schurmann partiu no último domingo, dia 21, do Porto de Itajaí (SC), para mais uma volta ao mundo. Serão pouco mais de dois anos a bordo do veleiro Kat, construído especialmente para a Expedição Oriente, como foi batizada a nova aventura.

 
 

Ao todo, os Schurmann devem percorrer 30 mil milhas (o equivalente a quase 50 mil quilômetros), passando por quatro oceanos, cerca de 50 portos, 29 países e cinco continentes.

A expedição, a terceira e a maior da família catarinense, foi inspirada no livro “1421: o ano em que a China descobriu o mundo”, de Gavin Menzies, um ex-oficial da Marinha inglesa, que defende que os chineses, e não Cristóvão Colombo, teriam sido os descobridores da América.

 
 

A família Schurmann fará a mesma rota descrita por Menzies em “1421”. “Em nossa segunda expedição, seguimos a esteira de Fernão de Magalhães. Ele suspeitava que houvesse uma rota para as ilhas das especiarias via uma passagem ao sul das Américas. Magalhães argumentava que detinha um mapa que provava a existência deste canal. Veio então nossa curiosidade: como ele teve acesso a essa informação, que não era mencionada em nenhum documento oficial?”, diz Vilfredo Schurmann, capitão da expedição.

Segundo a tese de Menzies, em 1421, uma enorme esquadra com gigantescos juncos entre 142 e 163 metros de comprimento, capitaneada pelos almirantes do Imperador Zhu Di, zarpou da China.

 
 

Tecnologia e sustentabilidade a bordo

O veleiro Kat –o nome é uma homenagem a filha adotiva do casal que morreu em 2006— foi construído especialmente para a expedição e conta com um aparato tecnológico de última geração, além soluções inéditas de sustentabilidade. O destaque fica por conta da geração de energia limpa.

 
 

A embarcação possui quatro sistemas diferentes de geração de energia –eólicos, painéis solares, hidrogeradores e bicicletas ergométricas com turbina. Juntos, são capazes de gerar 40% da energia de que a expedição precisa.

“Todo o consumo doméstico virá destas fontes, diz David Schurmann, um dos filhos do casal e responsável em terra pela parte multimídia da expedição.

 
 

O Kat tem capacidade para 14 pessoas e levou dois anos e meio para ser construída. O veleiro tem 80 pés de comprimento –28 a mais que o Aysso (embarcação que os Schurmann usaram nas outras duas expedições), que tinha 52 pés–, 6,65 metros de largura e pesa cerca de 70 toneladas.

 
 

Toda a iluminação do barco é de LED, o que reduz ainda mais o consumo de energia a bordo.

Os Schurmann também se preocuparam com os dejetos que serão produzidos durante a expedição. Foram usados modernos sistemas de reciclagem de resíduos, desenvolvidos pela Solví, e de dessalinização de água, que reduzem ainda mais o impacto no meio ambiente.

 
 

“Vamos transformar o nosso barco em um microcosmo autossustentável”, diz Heloísa Schurmann, matriarca da família e uma das três mulheres a bordo.  Ao todo serão 12 tripulantes.

 
 

Barco multimídia

Esta é a expedição mais conectada e multimídia da família Schurmann. Toda a aventura poderá ser acompanhada em tempo real através de um site especial (www.expedicaooriente.com.br/) em cinco idiomas, além das páginas oficiais –em português– nas redes sociais como Facebook, YouTube, Twitter e Instagram e de dois aplicativos.

 
 

O app do veleiro em 3D, disponível nas plataformas iOS e Android, leva os usuários a bordo do Kat. É possível embarcar virtualmente para conferir e até vivenciar em tempo real o que se passa com a família Schurman

Outro destaque é um game onde os jogadores participam de uma série de desafios, que levarão a prêmios no mundo real. Entre os tesouros reservados está uma viagem à Ilha de Páscoa, onde o vencedor encontrará os Schurmann e velejará no Kat.

 
 

Para acompanhar a expedição e participar do game é só acessar: www.expedicaooriente.com.br/

*O jornalista viajou a convite da família Schurmann