Fotógrafa documenta lixo espalhado pela natureza em expedições pelo mundo

12/03/2015 10:37 / Atualizado em 06/05/2020 19:29

wp-image-819411
wp-image-819411
Bióloga registra nos quatro cantos do mundo o lixo na natureza[/img]

Mesmo em lugares afastados e ilhas distantes habitadas somente por aves, a bióloga encontra vestígios de lixo e ainda pior, animais interagindo com esse lixo, fazendo ninho, comendo e até brincando.

Ano passado, em uma das primeiras expedições para fotografar o Puffin do Atlântico e o Ganso Patola, Andrea encontrou aves voando com pedaços de rede na boca. Um desses animais voltou para o ninho com o plástico no bico e o colocou junto com os outros pedaços de plantas e algas, servindo para aquecer os ovos. “Muito triste presenciar uma situação dessa, porque sei que não é um caso isolado e é um problema que afeta o futuro de várias espécies”, conta Andrea.

 
 

 
 

A ingestão de lixo é um dos problemas que mais afeta os animais, principalmente os marinhos. As aves confundem o lixo com alimento e isso pode causar uma morte dolorosa, impedindo com eles se alimentem novamente ou façam suas necessidades. Por mais que o lugar seja protegido e isolado, as correntes marítimas levam lixo para todos os lados e as aves pelágicas que passam a maior parte de sua vida no mar, são as mais afetadas.

Em sua última expedição na América do Sul, Andrea encontrou sem querer uma enorme colônia de Trinta-Réis na beira de um penhasco. Ao se aproximar cautelosamente para fazer as fotos, percebeu que estava cheio de filhotes e decidiu manter uma distância maior dos animais. “Enquanto estava deitada no chão, fazendo as fotos, vi que um pequeno grupo de aves brincava com algo, que no momento pensei ser um galho. Mas, olhando melhor, era uma latinha velha de refrigerante. Nesse mesmo lugar encontrei tampinhas, plástico, garrafa e várias aves mortas”, conta Andrea.

 
 

Mas não precisa ir longe para perceber o descaso com a poluição. Bitucas de cigarro são jogadas nas ruas pelo mundo inteiro e ninguém percebe o dano ambiental que isso causa, não somente a vida selvagem, mas também prejudicando as próprias pessoas.

 
 

Com as fotos, Andrea tem intenção de montar projetos de educação ambiental, ajudando a passar mais informações sobre reduzir, reutilizar e reciclar o lixo. As expedições continuam e a bióloga está indo rumo ao Mediterrâneo, lugar onde as aves marinhas estão sendo mais afetadas pela ingestão de lixo na Europa.

As fotos podem ser conferidas na página no Facebook da fotógrafa onde ela divulga tudo sobre as expedições e quem quiser ajudar nos projetos com fotos e informações é só entrar em contato.