Grafitando por um mundo melhor

Semana passada aconteceu em Cozumel, uma ilha situada no Caribe Mexicano, a segunda edição do festival “Sea Walls: Murals for Oceans”, promovido pela organização internacional de conservação marinha PangeaSeed.

O festival tem como objetivo trazer o oceano para mais perto das pessoas, através da pintura de graffitis nas ruas de varias cidades do mundo. Ao mesmo tempo em que enfeita a região, as pinturas levantam questões relacionadas à conservação e preservação do ecossistema marinho.

O painel de Amanda Lynn mostra as aves carregando o plástico que descartamos e que fica presente nos oceanos e na vida das tartarugas marinhas por milhares de anos

Ao todo, 30 artistas de 12 nacionalidades diferentes (incluindo o Brasil, representado por Bicicleta sem Freio), experimentaram os diversos ecossistemas marinhos de Cozumel, conversaram com especialistas sobre as dificuldades que os oceanos vêm enfrentando atualmente e, inspirados por essa temática, criaram 30 murais de graffiti, visando a educação e a conscientização ambiental tanto da comunidade local, como dos turistas que visitam a ilha.

O artista explica a intenção da sua pintura em seu Instagram: “mostrar como estamos todos conectados com o oceano. Tudo que fazemos tem um efeito significativo nesse ecossistema tão frágil”
Detalhe do painel de Ian Ross

Além disso, o projeto também promoveu a realização de workshops envolvendo jovens locais para falar sobre as questões do meio ambiente marinho que estão afetando a ilha, e o que pode ser feito para ajudar a salvar os nossos mares e oceanos.

Como diz o diretor-executivo da PangeaSeed, Tre’ Packard: “Não importa em que lugar do mundo você vive, a maior parte do oxigênio que você respira vem dos oceanos, e a vida na Terra não seria possível sem a existência de oceanos saudáveis. Com a diminuição das populações de peixes, o aumento do nível do mar e a poluição generalizada, não importa se você vive perto da costa, na cidade ou nas montanhas, todos nós devemos nos sentir responsáveis pela saúde dos oceanos e da vida que há dentro dele”.

O artista Jason Botkin prestou uma homenagem a Jacques Cousteau, um dos mais importantes ambientalistas do mundo
Detalhe do mural de Jason Botkin (Canadá)

Nós, do Profundo no Mundo, ficamos muito felizes em poder presenciar um festival como esse e esperamos, de verdade, que as paredes enfeitadas da ilha cumpram com o objetivo de não só conscientizar a população para os problemas ambientais que vêm afetando grande parte da vida marinha, mas também de educar e fazer as pessoas perceberem que sim, nós podemos ajudar a salvar o planeta.

Basta aguçar um pouco a nossa percepção, deixar de pensarmos só em nós mesmos e entender que o simples fato de não jogar lixo no chão, ou deixar de pagar para ver aquele show de golfinhos, pode significar muito para o futuro dos nossos oceanos.

O artista Aaron Glasson retratou a realidade dos golfinhos que vivem em cativeiros para servir de entretenimento para os turistas
O detalhe do painel de Aaron Glasson faz pensar sobre as pessoas que pagam para ver golfinhos que estão presos em cativeiros, quando deveriam estar livres no oceano

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