Grupo de mulheres cria móbiles com papelão e tecido
Tudo começou com o incômodo de Maria Inês Lavinas Pereira ao ver as sobras de tecido da produção de bolsas de uma amiga. Com sua experiência em fazer bijuterias, transformou-as em matéria-prima para colares, chaveiros e marcadores de livros.
Daí vieram os resíduos de uma loja de O Boticário. As caixas de papelão e as embalagens de perfume viraram graciosos móbiles de flores e pássaros. Vieram, então, o jornal, as garrafas pet, as embalagens tetra pak, o vidro, os carreteis de bobina.
Professora de matemática da rede pública do Rio de Janeiro, Inês lidera um grupo produtivo na comunidade de Barra do Piraí. Com outras três artesãs, o Fiz de Contas produz 300 peças por mês, vendidas por e-commerce, em bazares e em lojas.
“O trabalho é uma metáfora para a inclusão dos resíduos e dos saberes”, conta Inês, que diz já ter contagiado o grupo de mulheres a ter maior consciência sobre o lixo. E também alguns microempresários sobre o valor da logística reversa.
As peças produzidas pelo Fiz de Contas podem ser compradas no negócio social Rede Asta, que comercializa em todo Brasil produtos de design feitos por grupos produtivos de regiões de baixa renda.