‘Na folia, a gente se transforma’, diz avó estreante no sambódromo

Em parceria com qsocial
04/03/2015 08:22 / Atualizado em 28/04/2015 11:56

Selene Dante Russo tem 81 anos e muitas histórias de vida. A falta de uma experiência, porém, era muito sentida pela aposentada paulistana: acompanhar um desfile de escola de samba ao vivo.

Selene Dante Russo durante desfile das campeãs do Carnaval paulistano de 2015
Selene Dante Russo durante desfile das campeãs do Carnaval paulistano de 2015

“Gosto muito de festa e, para mim, Carnaval é diversão. Mas assistir aos desfiles das escolas pela TV é muito demorado. Ao vivo, a sensação é outra, porque você não vê sempre a mesma coisa”, conta ela.

A aposentada diz que sempre quis ir ao desfile, mas o marido, seu “primeiro e único namorado”, não é muito festeiro e, assim, a ida ao sambódromo foi adiada.

“Fora que, quando eu era mais nova, a minha geração era muito tolhida. Mas, nesses meus 63 anos de casada, muita coisa mudou, e para melhor”, diz Selene, que é aluna assídua de aulas de pilates, tem perfil no Facebook e sabe manejar bem seu tablet. “Essa história de que a terceira idade é o melhor da vida não é verdade. Mas procuramos tirar o melhor de tudo o que acontece.”

Há alguns anos, uma de suas netas foi morar no Rio, e o desejo de acompanhar um desfile voltou. “Ela prometeu que me levaria ao desfile das campeãs, mas achou melhor começarmos por São Paulo.”

Selene só não contava com um porém: o desfile das campeãs deste Carnaval caiu justamente no dia do aniversário de 87 anos do marido, Nicola. Mas tudo se arranjou. Enquanto pai e filha foram ao teatro, avó e neta se dirigiram ao sambódromo do Anhembi.

Mirella Domenich com a avó Selene no desfile do Anhembi
Mirella Domenich com a avó Selene no desfile do Anhembi

Um dia antes, ela era só expectativa: “Estou ansiosa. Na folia, a gente se transforma”.

Toda a espera valeu a pena, como ela mesma avaliou no dia seguinte ao desfile: “Foi muito bom, é realmente um espetáculo indescritível. Quando a [campeã] Vai-Vai entrou na avenida, todo mundo se esqueceu do cansaço e era só alegria, cantavam e dançavam”.

A neta, Mirella Domenich, também curtiu a noite: “O sonho era dela, mas quem se realizou fui eu. É muito bom ter uma avó ainda jovem e que sabe se divertir. Quero ser fanfarrona assim na melhor idade. E que venham mais carnavais”.

Quanto à avó Selene, esta já tem um compromisso para 2016: “Ano que vem, quero ir à Sapucaí!”