Nabor, professor de clarineta
Nabor Pires de Camargo nasceu em Indaiatuba, interior de São Paulo, em 1902, e faleceu em Mococa, também no interior paulista, em 1996. Era filho de um criador de gado e primo distante de Cornélio Pires, ilustre folclorista de Tietê.
Aos nove anos, iniciou a aprendizagem de clarineta. Ainda na infância, tomou parte em uma banda local. Em 1922, mudou-se para a capital para ingressar no Conservatório Dramático e Musical. Tocou em projeções de cinema mudo.
A estreia em disco pela Brasilphone, uma das pequenas fábricas paulistanas de então, aconteceu em 1927. Tocou em orquestras de música erudita, permitindo que se envolvesse também com o campo clássico.
Criou várias composições gravadas por ele e por outros intérpretes. Durante os anos 1930, passa a escrever métodos de música pela Irmãos Vitale, estudos que até hoje permanecem sendo editados, com destaque para o álbum “Choros do Nabor”. Posteriormente, escreveu também para a Casa Manon.
Lecionou clarineta, saxofone e piano. Em 1931 tomou parte do Trio Antenógenes Silva com Vicente Lima, Silva e ele próprio. Em 1935, tornou-se clarinetista da Orquestra Sinfônica de São Paulo, por onde se aposentou e foi regido por figuras como Villa-Lobos, Souza Lima, Eleazar de Carvalho e estrangeiros visitantes como Toscanini e Stravinski.
Figura querida no meio musical de São Paulo, em 1964, lançou o LP “Velha Guarda”, acompanhado por Poli (violão) e Caçulinha (acordeão), recebendo reedição em 1988. Marco Antonio Bernardo publicou em 2002, pela Irmãos Vitale, “Nabor Pires Camargo: uma biografia musical” em sua memória. Seu nome se tornou premiação em sua cidade natal, Indaiatuba.
Escute “Brabinho”, choro de 1928 com Nabor:
Para saber mais sobre o Choro, leia o livro “Chorando na Garoa: Memórias Musicais de São Paulo” (adquira o seu através do link http://www.freenote.com.br/), mande e-mail para [email protected] ou acesse a fanpage.