Passeios em São Paulo: visite o centro histórico com um guia
Sempre fui fascinada por História, principalmente por aquelas que não estão nos livros oficiais. Descobri que existem passeios guiados pelo centro histórico de São Paulo e fui ser turista na minha própria cidade. Estes roteiros também chamados de walking tour despertam nossa curiosidade e abrem nossos olhos para admirar tudo de belo que São Paulo tem a oferecer.
O blog Passeios Baratos em SP promove passeios culturais a pé com um guia que vai contando detalhes, curiosidades e histórias sobre São Paulo. Tem roteiros pelas igrejas, Bixiga, Luz, visitas guiadas em museus e de ecoturismo. O centro é um lugar fascinante, com tantas histórias, arquitetura preservada (outras, nem tanto), igrejas, comércio, influências de imigrantes, que depois de fazer o passeio você enxergará a cidade de forma diferente.
Muita gente não gosta de ir ao centro com receio que seja perigoso. É claro que tem estar atento, mas não deixe de passear por causa disso. Garanto que você vai se surpreender, principalmente, numa visita em que o guia vai lhe contando curiosidades , fatos engraçados e a história dos lugares e personagens marcantes.
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Fiz o roteiro num sábados pela manhã. Há muitos séculos São Paulo era realmente apenas um triângulo que abrangia a área central de São Paulo composta por algumas ruas e cercado pelos rios Tamanduateí e Anhangabaú.
Descobrindo as ruas do centro
A primeira curiosidade é que o nome da Rua da Quitanda. Antigamente, os escravos iam comprar frutas, verduras, galinhas e porcos ali, enquanto as madames passeavam na 15 de Novembro, onde se concentrava as lojas chiques. A própria Rua 15 de Novembro só passou a ter este nome depois da proclamação da República.
Descobri vários prédios da cidade, o que funcionava naquele local e qual foi a influência que os imigrantes deixaram na cidade. Uma das histórias que mais gostei foi a origem do pão francês. O s portugueses eram os padeiros, mas os pães tinham má qualidade porque eram feito com farinha de mandioca. Quando os franceses chegaram, começaram a produzir pão com farinha de trigo branca e foi um grande sucesso. As madames então mandavam suas escravas para comprar o “pão do francês” que com o tempo virou o pão francês.
Ainda na Rua 15 de novembro nos deparamos com o prédio em estilo eclético apelidado de “bolo de noiva” por causa do seu estilo chamativo. Na Rua Direita foi inaugurado o primeiro arranha-céu de São Paulo, o edifício Guinle, construído entre 1913 e 1916. O prédio, que hoje tem uma altura bem modesta comparando com as construções atuais, sediou o escritório da Família Guinle, dona da concessionária do Porto de Santos. Hoje, funciona uma loja de calçados.
O passeio avança pelo Largo do Café, Praça Antônio Prado, onde funciona a Bolsa de Mercados & Futuros em um charmoso largo com coreto, fonte e orelhão antigo. Observamos os prédios em volta, principalmente a parte de cima. Naquele período, as casas tinham dois ou três andares, em que o térreo era comércio e os andares superiores eram a residência. Muitos edifícios ainda conservam os traços de época, outros já estão bem descaracterizados e deteriorados. O edifício Martinelli era o edifício mais alto construído na época. Durante a semana, é possível subir até o topo e ter uma vista incrível da cidade.
O interessante em fazer passeios guiados é saber o quanto os estrangeiros influenciaram na nossa cultura, costumes, hábitos e linguajar. Você sabia que os ingleses, além de deixar o hábito de tomar o chá das cinco e o estilo inglês nas construções, também deixaram o costume de vestir pijamas?
Descobri que a influência do café está em quase todos os prédios do Centro. O cafeeiro, seus grãos e folhas são adornos em portas, janelas, vitrais, em obras de arte. Tudo isso mostra a importância que o café teve para a economia e cultura da região.
A família Álvares Penteado é uma que enriqueceu com o plantio do café. Tem até uma rua com este nome no Centro. O Largo do Café era onde funcionava uma bolsa informal do café, o local onde o produto era negociado. Atualmente funcionam vários bares e restaurantes que lotam no happy hour e na hora do almoço.
Outro lugar que você pode saborear um doce de café é dentro do Pátio do Colégio, que também tem um pão cuja receita foi de José de Anchieta.
Para passeios aos sábados e domingos é preciso fazer o agendamento prévio. Entre em contato por e-mail. [email protected]