Perrengues de viagem dos anos 90 que não existem mais

Alguns contratempos de mochileiros são tão velhos quanto o hábito de viajar: pegar ônibus por percursos acidentados (sem direito a paradas para usar o banheiro), companheiros de quarto roncando, encontrar um bar legal um minuto depois do happy hour ter acabado… E a lista continua. Outras dores de cabeça, no entanto, já entraram para a história.

O site Hostelworld listou sete perrengues que mochileiros costumavam enfrentar nos anos 90 que hoje não existem mais. Dá uma olhada neles e agradeça por estar viajando em 2014, e não em 1994.

1 – Ontem: voos absurdamente caros

Hoje: boa oferta de voos baratos (ao menos fora do Brasil!)

Foto: Bill Frazzetto/Flickr

Até a segunda metade dos anos 90, você precisava ser tão rico quanto o Tio Patinhas para voar pelo mundo. Hoje, companhias como Ryanair, Air Asia e JetBlue (cujo fundador criou a Azul, no Brasil) vendem passagens realmente baratas.

É verdade que temos que sacrificar o espaço para as pernas, a quantidade de bagagem, nossa dignidade e sanidade –mas poxa, até que vale a pena quando você se dá conta que o voo saiu mais barato que o táxi do aeroporto até o seu hostel.

2 – Ontem: ansiedade pré-revelação das fotos

Hoje: viva a cultura do smartphone

Foto: Horia Varlan/Flickr

Filme queimado, dedão sujando a lente, reflexo do sol, engraçadinhos aparecendo atrás da gente nas fotos, ângulos mal selecionados. Esses eram apenas alguns dos motivos de frustração antes do advento dos smartphones e das câmeras digitais. Não mais: a opção de deletar cliques ruins está a apenas um botão de distância. Ainda bem!

3 – Ontem: a tensão das caronas

Hoje: carona? Que carona?

Foto: soundfromwayou/Flickr

As caronas eram, na verdade, muito mais uma experiência esquisita do que um problema. Sim, ouvimos histórias de nossos pais viajando sozinhos de carona nos 1960. Mas isso não nos empolga de fazer o mesmo. Hoje em dia, a maioria de nós não confiaria no carro de estranhos –como o principal meio de viagem, então, nem se fala.

4 – Ontem: não saber se o hostel era decente

Hoje: reserva pela internet

Foto: tara hunt/Flickr

No passado, você jamais poderia saber se o lugar que tinha escolhido para se hospedar era bom ou não. Fosse porque a única dica da moça do quiosque de informações turísticas te levaria a um Holiday Inn nas áreas mais distantes da cidade; fosse porque o cara que você encontrou na estação de trem te ofereceu um quarto de hóspedes a preço de banana –mas você encontrou uma pia com uma cama ao lado, bem menos glamoroso do que o prometido.

Tudo começou a mudar já nos anos 1990, com a popularização dos cybercafés e sites de hostels como o Hostelworld. Nada como poder escolher onde ficar ao invés de se contentar com a única opção à mão, na última hora.

Hoje, dá para usar os sites para checar críticas de outros usuários e reservar hostels incríveis com antecedência –o jeito mais fácil e mais legal de não se estressar (e pagar pouco) com hospedagem.

5 – Ontem: escravos dos guias impressos de 4kg

Hoje: pesquisa online e apps

Foto: Andy Wright/Flickr

No passado, planejar um mochilão, por exemplo, pelo sudeste asiático significava pegar emprestado um guia do tamanho de um tijolo e marcar os lugares a visitar com aqueles pedacinhos de papel na ponta das páginas.

Uma vez na Ásia, você se daria conta do quão desatualizado o guia estava: metade dos lugares já não existia mais e a metade que permanecia aberta custava bem mais caro do que você imaginava. Para piorar, os mapas não tinham o nome de ruas secundárias (só das principais), deixando o viajante bem desorientado. Hoje, nada disso te aporrinha mais. Viva as recomendações por Twitter, os blogs, os e-books, o wi-fi grátis e o Google Maps.

6 – Ontem: a obrigatoriedade dos cartões-postais

Hoje: todas as redes sociais do mundo

Foto: Ken_Mayer/Flickr

Nos dias em que e-mail não existia, mães agradeciam a Deus por serem informadas de que seus filhos aventureiros estavam vivos (e em segurança) seja recebendo ligações a cobrar (caríssimas), seja recebendo cartões postais (com uma semana de atraso).

Esse era o ritual dos mochileiros a cada cidade visitada –mas claro que eles só se lembravam de fazê-lo na última hora, deixando as mães com cartões postais toscos comprados em lojas de gosto duvidoso.

Felizmente, hoje ela pode seguir todos os seus passos via Facebook/WhatsApp/Snapchat e mandar mensagens a cada hora — agora diga lá, é melhor assim?

7 – Ontem: a luta por espaço na bagagem

Hoje: a salvação dos gadgets multifuncionais

Foto: Heather Dowd/Flickr

Era sempre aquela dúvida cruel: aproveitar o último espaço livre da mala com o mais recente livro de “Game of Thrones” ou com doses extra de remédios? Hoje, basta pegar o seu Kindle/iPad para carregar o equivalente a uma biblioteca inteira (ocupando bem menos espaço que um único livro) e ainda sobra espaço para os medicamentos que podem salvar a sua vida.

Se você ainda levar o seu smartphone, pode ter por perto músicas, fotos, e-mail e sites favoritos. Minha dica para as próximas viagens? Use aquele espaço livre na mala para carregar baterias a mais para tantos eletrônicos.