Por que você deve viajar sozinho!

Nós do De Casa Para O Mundo já tivemos a oportunidade de viajar por mais de 150 cidades espalhadas pelos cinco continentes e foi justamente depois de voltarmos da maior de todas elas, uma volta ao mundo de 365 dias, que decidimos criar o blog para contar um pouco mais de toda essa nossa experiência para você! No post de hoje, a Thelma conta o que viajar sozinha para Cidade do Cabo trouxe de bom para ela e principalmente porque você também deve se lançar em voo solo e se empenhar sempre em ser a sua melhor companhia! Preparados? Vamos juntos então!

“Sou filha do meio, tenho nove melhores amigas e nunca morei sozinha. Tenho um hamster (coisinha mais gorda do mundo!), participo ativamente de oito grupos no WhatsApp e não gosto de silêncio. Que fique claro que eu só topei essa sessão de terapia pública para dizer que eu dificilmente estou ou me sinto sozinha. Não que eu não goste da solidão, mas é óbvio que como ela dificilmente dá as caras para mim, eu simplesmente me habituei a estar sempre rodeada de gente. Ter passado 365 dias ininterruptos em companhia de um segundo elemento (#maridotamojunto) enquanto rodávamos o mundo, só serviu para reforçar isso em mim. Que eu gosto de estar sempre em companhia de alguém, que eu adoro conversar sobre qualquer coisa, que eu me sinto bem compartilhando momentos com outras pessoas.

Por isso que quando essa viagem de 18 dias para a Cidade do Cabo caiu no meu colo, eu me questionei se eu era realmente a pessoa mais indicada para isso. Não que eu fosse realmente ficar sozinha todos dias, mas a ideia de ser a única adulta responsável por mim mesma durante tanto tempo foi, no mínimo, interessante. Não que eu nunca tivesse viajado sozinha antes, muito pelo contrário. Se você acompanha meus posts no De Casa Para O Mundo, sabe que eu já rodei muito por aí a trabalho. E sempre sozinha. Mas uma viagem de trabalho é beeeeeem diferente de uma viagem de lazer. A rotina de uma viagem profissional é 100% controlada: trabalhar freneticamente durante o dia todo para quando voltar mais tarde ao hotel, só ter forças para engolir um omelete de legumes sem sal antes de desmaiar na cama…

Mas viajar sozinha a lazer? Quando todas as decisões e escolhas que até então eram colocadas em votação num grupo seriam feitas basicamente por mim? Ai, ai, ai… Acreditam que questões estranhas do tipo “quando eu for ao banheiro no avião eu levo meu passaporte junto?” surgiram na minha cabeça? Surgiram sim mas felizmente desapareceram assim que eu fechei minha mochila e embarquei num voo da South African Airways com destino a “Cidade Mãe” (apelido carinhoso da Cidade do Cabo).

E eu fui mesmo. E curti cada segundo! E me diverti como nunca! E fiz novos amigos! E reencontrei uma velha e boa amiga (eu mesma, caso você não tenha sacado a brincadeira!). E torci para que os 18 dias passassem bem devagar. E quando finalmente eu fui obrigada a voltar, decidi que deveria escrever um post sobre isso. Sobre porque você, caso ainda não o tenha feito, deve viajar sozinho! E se duvidar, já nas próximas férias!

 Para ter o poder da escolha sobre tudo!

Pode parecer ridículo, afinal estamos falando apenas de uma viagem. Mas a sensação de simplesmente poder fazer qualquer coisa que te der na telha é i-n-d-e-s-c-r-i-t-í-v-e-l! É você e você decidindo os seus próximos passos. Se dispondo a fazer novos amigos (ou não!), a experimentar coisas novas (ou não!), a descobrir um novo destino com os seus olhos única e exclusivamente. Isso também acontece quando a gente viaja com outras pessoas? Certamente que sim, mas obviamente em menor escala.

Afinal quando temos companhia, entendemos que as vontades dos outros também devem ser consideradas, principalmente se essas vontades não forem iguais as suas. E é por isso que viajar em companhia de si próprio é libertador. Quer ir para a esquerda? Vai! Para a direita? Demorou! Quer sentar em um banco numa praça qualquer e ficar ali só observando a vida passar? Faça isso! E fique a vontade porque a escolha é sua, só sua!

Para descobrir que só fica sozinho quem quer!

Eu fiz bons amigos durante os dias em que estive na Cidade do Cabo (alôôôôô Big Brother África!) mas por mais engraçado que pareça, eu conheci muito mais gente quando estava sozinha do que quando estava em companhia deles. Desde pessoas que puxaram conversa comigo no ponto de ônibus (e foram MUITAS!) até uma família divertidíssima que insistiu para que eu me sentasse com eles (na mesa gigante da foto abaixo!), quando perceberam que eu almoçava sozinha. Sem falar de duas senhoras mexicanas que praticamente me adotaram no alto da Signal Hill (outra montanha famosa da cidade), me incluindo num brinde engraçadíssimo enquanto admirávamos o pôr do sol.

Nesses 18 dias em viagem solo, eu senti na pele que as pessoas realmente simpatizam e solidarizam com viajantes solitários, mesmo que você, assim como eu, esteja sozinho por vontade própria. E independente da razão que os motive a incluírem desconhecidos em seus planos, mais uma vez a escolha é sua em aceitar a oferta ou não. Eu mesma aceitei algumas e não me arrependi.

Depois do sexto brinde com as mexicanas, o Chardonnay falou mais alto e eu perguntei porque elas haviam me incluído honorariamente na dupla. A mais animada me respondeu que um pôr do sol como aquele era bonito demais para contemplar sozinho. E não é que ela tinha razão?

Para perder o medo do mundo!

Sempre que o assunto surgia e eu comentava que estava indo para a Cidade do Cabo sozinha, 90% das pessoas me perguntaram “mas você não tem medo”? Pois é, eu não tinha medo, até todo mundo dizer que eu deveria ter e eu mesma começar a me questionar se essa viagem era mesmo uma boa ideia. Não cheguei a pensar em desistir, mas confesso que dei uma tremida. Por isso parte do crédito do meu embarque também vai para o outro colaborador do De Casa Para O Mundo e meu marido nas horas vagas. Ele repetiu insistentemente tudo aquilo que uma volta ao mundo nos ensinou, mas que graças ao medo alheio, havia ficado escondido em algum lugar dentro de mim.

Primeiro que o mundo não é tão ruim como a TV mostra e que certamente existem mais pessoas incríveis do que desonestas rodando por aí. E segundo que você é bem, bem, bem mais forte do que você pensa. Na verdade, você não faz ideia de quão capaz você é. A gente acaba não se testando ou se testa muito pouco durante a correria do dia a dia, mas vai passar perrengue longe de casa para você ver, meu amigo. Você se transforma numa mistura de Hulk com Homem de Ferro que encheria os seus pais de orgulho, viu?

Para pensar na vida!

Definitivamente foi o que eu mais fiz nessa viagem (haja Chardonnay…). Me fiz perguntas e confesso que algumas vezes me surpreendi com as respostas. Fora outras tantas vezes em que fiquei literalmente sem resposta… Acolhi o passado, avaliei o presente e torci pelo futuro. Pelo meu, pelo seu, pelo nosso. Mentalizei muitas viagens para a gente e esbocei muitos posts para o blog. Fui uma ótima companhia para mim mesma, conversando sobre tudo o que eu quis falar. Decidi desengavetar alguns desejos antigos e relaxar em relação a muitos outros. Ah, e sabe as tais viagens que eu desejei para a gente? Pois então, topa partir sozinho já na próxima empreitada?”


*** Gostou do post? Esperamos que sim! Então corre pro De Casa Para O Mundo! Lá vocês encontrarão relatos das nossas viagens, dicas de como chegar aos destinos, as atrações imperdíveis, o que é furada e muito, muito mais! E tudo isso recheado com fotos e mais fotos! Imperdível!