Prefeitura de SP libera 18 carroças de catadores que tinham sido apreendidas em abril
No entanto, cerca de 60 carroças ainda estão apreendidas e muitas delas foram danificadas
As carroças de catadores que foram apreendidas em abril deste ano em operações da Prefeitura de São Paulo estão começando a ser devolvidas a seus respectivos donos.
Na semana passada, 18 carroças que haviam sido trancadas em um depósito na zona norte da capital foram liberadas. No entanto, cerca de 60 delas ainda estão apreendidas e muitas – inclusive algumas que foram “pimpadas” pelo Pimp My Carroça – estão danificadas.
Embora a liberação das primeiras carroças tenha sido considerada uma vitória pelos coletivos que acompanham o caso, eles ainda lutam para que os catadores sejam indenizados pelos seis meses em que ficaram sem seu instrumento de trabalho.
- Prefeitura de SP suspende aulas presenciais ate 1° de abril
- Movimento quer garantir renda mínima a catadores durante pandemia
- Projeto instala lavatórios públicos em bairros periféricos de SP
- Doações de empresas ajudam no enfrentamento à Covid-19
As primeiras apreensões, que ficaram conhecidas como o “Rapa das Carroças”, foram feitas em 29 de abril, quando a Prefeitura confiscou algumas carroças durante uma operação na Cracolândia. A partir desse dia, outras carroças que circulavam pela região central também foram apreendidas.
Em junho, o núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo enviou um pedido às Secretarias de Direitos Humanos, de Assistência e Desenvolvimento Social, de Segurança Urbana e de Serviços da Prefeitura de São Paulo solicitando que fossem devolvidos os bens, objetos pessoais e carroças dos catadores.
“Muitas pessoas tiveram suas carroças apreendidas durante a operação do dia 29 de abril e nos dias seguintes, assim como pertences pessoais diversos. As pessoas utilizavam as carroças para a coleta e transporte de materiais recicláveis, sendo essa uma das únicas fontes de renda que possuíam no contexto de extrema vulnerabilidade social em que vivem”, dizia o documento enviado às Secretarias.
No dia 6 de outubro, o Coletivo Sem Ternos, os Jornalistas Livres, o Pimp My Carroça e a Defensoria pública foram, junto com os catadores, retirar 18 carroças em um depósito da Prefeitura. “Ao autorizar a devolução, a Prefeitura mostra que fez uma ação errada. Ação esta que foi criminosa e inconstitucional”, diz Marcel Matsunaka, do Pimp My Carroça.
Agora, os coletivos pressionam o poder público e pedem que os catadores sejam indenizados pelas carroças que foram danificadas e pelas horas de trabalho perdidas.