Projeto de fotojornalismo abre espaço nas redes sociais para habitantes ‘invisíveis’ de São Paulo
Para acabar com o isolamento causado por uma vida em sociedade tão frenética e individualista nos grandes centros urbanos, duas pessoas criaram um perfil nas redes sociais que tenta aproximar os indivíduos uns dos outros
Nem mesmo as inúmeras ferramentas e tecnologias disponíveis são capazes de relacionar e aproximar pessoas nos grandes centros urbanos. A correria frenética e o individualismo em meio aos espigões de São Paulo cria barreiras nas relações humanas e muita gente fica “escondida” aos olhos da cidade. Para dar voz àqueles que não se enquadram nos padrões de beleza e tampouco ocupam cargos influentes ou exercem profissões louvadas pela sociedade, Vinicius Lima e André Soler criaram o SP Invisível.
O incômodo com a frieza das pessoas que habitam a cidade levaram os dois a dar forma a este coletivo que utiliza perfis no Facebook, Instagram, Twitter e Youtube para jogar luz nas histórias de moradores de rua, catadores, garis, entre outros viventes da cidade, que geralmente são subestimados e até esquecidos pelo restante da coletividade.
Cada post do SP Invisível contém uma foto e um depoimento em primeira pessoa desses cidadãos. Nos textos, são contadas experiências de vida, visões políticas e opiniões sobre como São Paulo poderia melhorar para se tornar uma cidade mais democrática. Em um dos posts, Edmilson, taxado de “pedófilo” por uma emissora de televisão em outubro de 2013, logo quando chegou ao município, usa o perfil na rede social para divulgar sua vontade de reaver a honra nos tribunais.
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“Eu vivia de boa lá na Bahia, agora eles conseguiram botar a sociedade inteira contra mim. O pior é que eu não posso nem voltar, se eu chego no Nordeste com essa fama, eles me matam. Se quiser, não precisa acreditar, mano. Tô acostumado. Até porque, quem é mais confiável: a mídia ou um mendigo sujo?”, declarou Edmilson.