Milton Santos de Almeida, mais conhecido por Miltinho, mestre do ritmo, morreu no último dia 7, aos 86 anos. Cantor e pandeirista, ele marcou a música brasileira com sua interpretação sincopada. Não é à toa que iniciou a carreira como responsável pela base rítmica de grupos vocais.

Embora tenha obtido muito sucesso com sambas-canções, foi um dos ícones do sambalanço. Com uma métrica acentuada – ou seja, nuances entre a voz e a harmonia que criam uma base rítmica -, Miltinho estoura com “Mulher De Trinta” (Luiz Antonio) e “Eu Quero Um Samba” (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida).

A síncope não era novidade, pois este canto fazia parte do repertório de Vassourinha, Luiz Barbosa, Geraldo Pereira, Ciro Monteiro, entre outros. No entanto, o improviso melódico torna-se a assinatura de Miltinho.

A grande aceitação do público, tanto na música romântica quanto no balanço, faz com que ele monopolize as rádios no início da década de 1960 – posição que talvez só tenha sido superada, posteriormente, por Roberto Carlos, segundo a Enciclopédia do Itaú Cultural.

Com mais de 40 álbuns acumulados, destacam-se trabalhos solo como “Samba+Samba=Miltinho” (1966) e “Samba&Cia” (1969). Seu último lançamento, “Miltinho Convida” (1997), contou com as participações de artistas como Luiz Melodia, Chico Buarque e Nana Caymmi.

Escute algumas faixas deste disco:

“Mulher de Trinta”, com João Nogueira

“Lembranças”, com João Bosco

“Meu Nome é Ninguém”, com Fafá de Belém