Reykjavík, a charmosa capital da Islândia

A Islândia foi o primeiro destino do nosso mochilão, que você pode conferir aqui. A princípio seria o único destino, mas acabamos estendo a viagem por três meses. Saímos de Amsterdã por volta das 10 da noite, depois de uma escala de quase 10 horas, onde aproveitamos para conhecer o centro da cidade.

Não existe um vôo direto do Brasil para a Islândia, então é preciso fazer escala. Nós escolhemos a companhia aérea KLM e fizemos nossa escala em Amsterdã, como mencionado acima e na noite seguimos viagem para Keflavík, cidade que fica a 40 min da capital e o único aeroporto internacional do país. Ao comprarmos a passagem para Amsterdã, já compramos o roteiro todo até a Islândia, mesmo sendo de outra companhia, fizemos isso pelo decolar.com, que oferece a opção de múltiplos destinos.

Ao chegar no aeroporto de Keflavík, compramos a passagem de ônibus até a capital. O guichê de compras fica no próprio aeroporto, a passagem fica em torno de R$ 40,00 por pessoa e os ônibus sai a cada meia hora. Foi um dos translados mais fáceis que fizemos durante nossa viagem, é 100% seguro e totalmente garantido. Um dica: caso queira economizar, aproveite para comprar cervejas e outras bebidas no free shop. A Islândia é um pouco cara e vale muito mais a pena trazer a bebida do que comprar pelos bares da cidade.

Chegamos em Reykjavík por volta da uma e meia da manhã e nem acreditamos quando achamos o lugar em que ficaríamos hospedados: ficava a apenas uma quadra do ponto final do ônibus do aeroporto, na rua principal da cidade. Apesar de ser de madrugada, estava claro como se estivesse amanhecendo. Apesar do frio que estava fazendo na cidade e no país, que constatamos durante nossa viagem pelo interior do país, era pleno verão (mês de julho) e no verão o sol simplesmente não se põe por aquelas bandas, um fenômeno chamado “sol da meia-noite“.

Reykjavík é pequena, uma cidade com cerca de 150 mil habitante, com suas casas bem coloridas, suas ruas estreitas, seus cafés aconchegantes, seu clima sempre frio mas acolhedor, sua noite agitada e as pessoas mais felizes que vimos.

Hallgrímskirkja

Essa charmosa igreja luterana ficava no final da nossa rua e conseguíamos vê-la da sacada de casa.Hallgrímskirkja é uma igreja luterana que foi inaugurada no ano de 1986 e é considerada a maior igreja da Islândia. Seu nome foi dado em homenagem ao poeta islandês Hallgrímur Pétursson e sua arquitetura lembra as colunas de basalto naturais presentes no país.

Na frente da igreja há uma escultura em homenagem ao explorador islandês Leif Eriksson, o verdadeiro descobridor da América (fato comprovado), que chegou nas Américas cerca de 500 anos antes de Cristóvão Colombo. A confirmação desse fato só foi feita quando exploradores encontraram vestígios de um assentamento nórdico em L’Anse aux Meadows, na costa da ilha de Terra Nova, no Canadá.

Ao visitar a parte interna da igreja, é possível subir no topo para ter uma vista panorâmica da cidade por um custo de aproximadamente 7 euros. A vista é maravilhosa, com todas as casinhas tão charmosas com seus telhados coloridos e tudo isso com o mar de fundo.

Passeio para ver baleias

Decidimos fazer um passeio muito procurado pelos turistas: procurar baleias. Esse passeio não dá garantia nenhuma de que você vai, de fato, ver uma baleia, mas as chances são grandes. É um pouquinho mais caro do que as outras atrações, mas a experiência compensou! Infelizmente não conseguimos fotos ‘legais’ das baleias, porque elas apareciam rapidinho apenas para respirar e na maioria das vezes bem longe do barco. O Renato teve a sorte de ver uma quase do lado do barco e quando eu e os outros olhamos, só conseguimos ver a cauda. Outra coisa engraçada é que dependendo da distância em que elas estavam em relação ao barco, dava pra sentir o cheiro delas, o que não é muito agradável.

 
 
 
 

Um tour pela cidade

Fizemos um free tour pela cidade, onde conhecemos todos os pontos históricos e importantes, como o teatro, o parlamento, a biblioteca municipal e até mesmo o cemitério. Esse dia rendeu tanto que encontramos até mesmo o primeiro ministro andando na rua após uma entrevista, sem nenhum segurança e sem nenhum motorista, ele simplesmente acenou, entrou no carro e saiu dirigindo. Ta aí a foto que eu tirei do bonito, sr. Sigmundur Davíð Gunnlaugsson (nome difícil, não?), primeiro ministro da Islândia.

Também conhecemos “O Cachorro-Quente Mais Famoso da Cidade“, o Baejarinn’s Bezta Pylsur que apesar de ser uma barraquinha bem pequena, tem muita fila! O cachorro-quente ficou famoso após o ex-pesidente americano Bill Clinton comer ali. Nós conferimos e aprovamos! Na verdade a gente voltou lá várias vezes após esse tour e até aprendemos a fazer um parecido depois que voltamos para o Brasil.

Uma curiosidade sobre os islandeses que achamos muito interessante foi a crença deles em elfos. Muitos acreditam de verdade! Ao visitarmos o jardim do parlamento, o guia nos contou que, segundo alguns islandeses, o jardim está cheio de elfos. E o primeiro ministro, sempre que precisa tomar alguma decisão, passa horas passeando pra lá e pra cá pelo jardim. E não é só isso: em 2010, um dos membros do parlamento sofreu um acidente em uma das estradas da Islândia, coincidentemente próximo à uma rocha.

O parlamentar, então, concluiu que só não morreu porque haviam elfos habitando aquela rocha e eles haviam salvo a sua vida. Como recompensa, ele pediu que uma “medium de elfos” (pelo visto isso existe por aqui) perguntasse do que eles precisavam. Segundo a medium, viviam 7 elfos na pedra, um casal e três filhos e um casal de idosos. Eles disseram à medium que queriam morar em um lugar que tivesse grama, para poderem criar ovelhas. O parlamentar, então, não pensou duas vezes: como morava em uma casa com gramado no quintal, levou a pedra de navio até sua casa e para fazer esse translado todo, comprou oito passagens (a dele e a dos sete elfos). Que coisa, não?

Deixamos o cemitério da cidade para o final do tour, que foi uma dica do guia. Ficamos encantados, pois nessa cidade tudo é lindo, até o cemitério! O lugar é cheio de árvores, pois os islandeses têm a tradição de plantar uma árvore sobre o túmulo, logo após o enterro.

 
 

Antes de irmos para casa, passamos no Flea Market, aproveitando que ainda estava aberto. Lá eles vendem de tudo, desde livros e casacos até iguarias, como carne de tubarão podre (Rotten Shark) ecarne de papagaio-do-mar (Puffin, um dos animais oficiais do país).

 

Também visitamos o monumento Solfar, uma escultura em forma de navio viking na costa de Reykjavík, que representa a história do povo islandês e suas origens, ao lado do teatro Harpa, uma das construções mais bonitas da cidade.

O teatro Harpa, sede da orquestra sinfônica da Islândia, é um centro de convenções e teatro que fica na beira do mar, em Reykjavík. Atrai muitos turistas e sempre oferece inúmeras atrações artísticas. Uma curiosidade sobre ele é que cada uma de suas salas representam um dos quatro elementos, como por exemplo, a grande sala de concertos, Eldborg, representando o fogo, ou, a atividade vulcânica presente no país.

A sala de recitais, Norðurljós, é inspirada na aurora boreal, outro fenômeno presente no país, ou para alguns, simboliza o ar. A sala de conferências, Silfurberg, representa o basalto, ou seja, a terra. E a sala Kaldalón, representa os lagos frios islandeses, ou seja, a água. Foi desenhado pelo escritório de arquitetura Henning Larsen e sua fachada foi desenhada pelo artista Olafur Eliasson.

 
 

Deixamos o farol por último, um dos lugares mais bonitos da cidade, a 8 km do centro. Fizemos esse trajeto andando por toda a costa e foi uma ótima despedida da cidade.


 

Quem nos conhece sabe o quanto amamos a Islândia e o quanto ela significa para nós. Um país que nos deixa muitas saudades e que com certeza retornaremos.

Nós somos Bruna Sturzbecher e Renato Gouvêa, do blog Road For Two. Para saber mais sobre nossas dicas e roteiros de viagens, você pode também nos seguir pelo Facebook eInstagram.