Sátiro Bilhar, violão boêmio

10/08/2014 22:59 / Atualizado em 06/05/2020 16:42

 
 
Sátiro Lopes de Alcântara Bilhar nasceu no Estado do Ceará por volta de 1860. Mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalhou por 40 anos na Central do Brasil como telegrafista, aposentando-se como chefe no setor. Era uma figura amistosa por conta do temperamento alegre e pela marcante voz. Conseguiu equilibrar a vida profissional com a paixão convicta pela boemia, sendo personalidade muito querida entre os chorões e seresteiros cariocas.

Violonista destacado, ajudou a desenvolver este instrumento no meio da então capital da República juntamente com instrumentistas como Quincas Laranjeiras (1883-1935) e João Pernambuco (1883-1947), nordestinos como ele.

Alexandre Gonçalves Pinto escreveu em 1936: “O Bilhar era um chorão que tinha primazia entre outros chorões nos acordes, nas harmonias, no mecanismo da dedilhação com que manejava agradavelmente o seu violão.”

Ernesto Nazareth dedicou em 1913 ao “bom e velho amigo Sátiro Bilhar” seu choro “Tenebroso”. Catulo da Paixão dedicou-lhe a letra de “Perdoa”, parceria com Anacleto de Medeiros. E Villa-Lobos destinou um movimento da “Bachiana nº1” para ser tocada “à maneira de Sátiro Bilhar”. De suas criações, destaque para “Gosto de ti porque gosto”, gravada na Odeon pelo cantor Cadete e na Victor, como um lundu, por Mário Pinheiro, e “Tira Poeira”, gravada por Jacob do Bandolim.

“Tira Poeira” com Jacob do Bandolim:

Para saber mais, adquira o livro “Chorando na Garoa: Memórias Musicais de São Paulo” na loja Freenote ou Clássicos, acesse a página Chorando na Garoa ou mande um e-mail para [email protected].