Sensores de papel são usados para detectar explosivos
Folha de sulfite e filtro de papel são as novas armas para detectar explosivos. Pesquisadores do Instituto de Química da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram sensores a partir desses materiais.
“Tivemos a ideia de desenvolver dispositivos usando folha de sulfite ou outros tipos de papel utilizados em impressoras convencionais porque são materiais abundantes e fáceis de serem conseguidos em qualquer lugar do mundo”, disse Thiago Regis Longo Cesar da Paixão, coordenador do projeto, à Agência Fapesp.
Segundo ele, o objetivo da pesquisa é “tornar os dispositivos para detecção de explosivos e outros compostos químicos mais baratos, acessíveis e com possibilidade de serem utilizados em locais remotos, sem a necessidade da infraestrutura de um laboratório de análise e pessoas treinadas para usá-los”.
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Os pesquisadores desenvolveram dois dispositivos. No eletroquímico, círculos de cera são impressos em papel sulfite. Neles, são colocadas soluções ou amostras do material que se pretende analisar.
As folhas são colocadas em uma estufa e, depois, eletrodos são pintados no papel. Após a secagem da tinta, cada célula eletroquímica é recortada com uma tesoura, de modo a formar um dispositivo eletroquímico descartável com três eletrodos. Ao ser conectado a um potenciostato (equipamento usado para aplicar um potencial e medir a corrente elétrica de uma solução condutora), o sensor pode detectar ácido pícrico (que é explosivo) e chumbo, componente de resíduos de pólvora.
Os sensores cromatrográficos (baseados na separação de misturas e identificação de seus componentes) seguem a mesma preparação. Mas é usado papel de filtro e, nos círculos, é colocada uma pequena quantidade de iodeto de potássio (KI), creatinina e anilina. Em contato com cinco tipos de explosivos diferentes, esses reagentes químicos produzem um padrão único de cores, que varia de acordo com a concentração do composto.
O pesquisador afirmou que os dispositivos ainda não foram utilizados em campo.