Superagui, um pedaço ainda intocado no litoral do Paraná
A ilha desconhecida do litoral norte do Paraná ainda não ganhou o mundo do turismo de massa
Barcos deslizam sobre o mar de águas calmas que abrem caminho entre canais de margens largas; as ruas estreitas do vilarejo rústico ainda são de areia, a mesma que avança sobre quilômetros de praias selvagens; e as construções de madeira pintada em tons coloridos recortam o verde preservado do parque.
Pescadores lançam redes ao vento e, na praça central, entre árvores e bancos talhados em troncos, um vai e vem descompromissado de moradores que ainda resistem naquelas terras isoladas. Na casa de esquina, o passo duplo e arrastado do fandango dá o ritmo às noites mal iluminadas pelas varandas vizinhas.
E é só isso o que temos para dizer sobre Superagui, a ilha desconhecida do litoral norte do Paraná que ainda não ganhou o mundo do turismo de massa.
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Super… o que? Esta foi a pergunta que mais ouvi quando anunciei entre amigos que passaria o final do ano em Superagui.
Localizado no município de Guaraqueçaba, este vilarejo rústico é considerado Patrimônio Natural pela Unesco e faz parte do parque nacional de mesmo nome, uma área com quase 34 mil hectares que protege uma fauna local formada por aves marinhas da praia Deserta, mico-leão-da-cara-preta e papagaio-da-cara-roxa.
Formada por uma geografia variada de Mata Atlântica, restingas, manguezais e praias, Superagui é o local onde o mar encontra o rio e forasteiros são recebidos na versão mais desconhecida da região.
O destino ainda conta com pouca estrutura turística (algumas opções de hospedagem em pousadas simples e restaurantes de serviço improvisado e com pouca variedade no cardápio). E talvez esta seja a melhor notícia para quem visita a ilha.
No cardápio de passeios estão caminhadas por praias desertas (que, mesmo em feriados prolongados, conseguem manter seu lado mais selvagem), aluguel de bicicletas para deslocamentos maiores, trilhas na Mata Atlântica, visita a comunidades que cultivam ostras e servem o molusco assado em fogões rústicos, praias de água doce formadas pelo rio local e avistamento da revoada dos raros papagaios-da-cara-roxa que habitam a Ilha dos Pinheiros.
Como chegar
Veículos são proibidos na ilha, de modo que o único acesso é por vias marítimas. Os barcos saem de Paranaguá as segundas, quartas e sextas, às 14h, no mesmo ponto de onde partem as balsas para a vizinha Ilha do Mel.
Porém algumas pousadas da ilha incluem nos valores das diárias um traslado privado para hóspedes (o que pode ser o melhor investimento da viagem, uma vez que os barcos costumam sair cheios na alta temporada e as travessias são mais demoradas).
A viagem pode durar de uma a três horas, de acordo com a maré e com o tipo de embarcação.
Onde ficar
Pousada Sobre as Ondas
www.pousadasobreasondas.com
Pousada Superagui
www.pousadasuperagui.com.br
Pousada Crepúsculo
Tel.: (41) 3482-7135
Por Eduardo Vessoni, do blog Viagem em Pauta