Um pequeno roteiro pelas proximidades de Lisboa
Linda, perfeita parece uma cidade medieval de conto de fadas.[/img]
Logo na entrada da cidade amuralhada podemos encontrar uma obra de arte: A entrada da cidade com seu portal imponente e seus azulejos. A Vila de Óbidos é uma joia! Caminhar por suas ruelas e becos, saborear a gastronomia local, deslumbra-se com a vista 360° de cima da muralha que envolve a cidade, a Igreja de Santa Maria e seu castelo dão o charme a Vila.
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Uma história contada pelos portugueses: Óbidos é uma das vilas mais lindas e preservadas de Portugal. Em parte porque a trajetória desta cidadela protegida por uma alta murada de pedra é fortemente ligada à nobreza desde o século 13, quando o rei Dinis se casou com Isabel de Aragão. Entre os presentes que o monarca deu à mulher estava… a vila de Óbidos inteirinha. A tradição de ser dote real se estendeu até o século 19.
Como chegamos à Óbidos:
Era uma manhã ensolarada, mas fria, no começo inverno português, saímos do hotel às 6 da manhã em Lisboa. O perfume das castanhas assando na brasa já tomava conta do ar. Da janela do taxi, com minha esposa Flavia Ghelli e com meu amigo português, o taxista João, acompanhei a mudança da paisagem: deixamos Lisboa e o cenário urbano para trás e, de repente, dos dois lados da estrada, haviam vinhedos e mais vinhedos – com folhas que começam a ganhar tons avermelhados, uma beleza.
Em pouco mais de uma hora de viagem, com algumas paradas pelo caminho, já estamos na entrada de Óbidos. O passeio é uma das melhores escapadas que podemos fazer a partir da capital portuguesa.
A Vila de Óbidos merece, no mínimo, um dia inteiro dedicado a ela. Porque é preciso muita calma para saborear a cidade, seu casario precioso, sua gastronomia, seus vinhos e suas histórias. A entrada principal de Óbidos, É imponente. Ao atravessar o arco de pedra parece que viajamos no tempo (com o perdão do lugar comum).
Muito pouco mudou nas ruas intramuros desde o século 14, época em que foi nalizada a forticação cuja origem é mourisca, anterior ao século 12, quando os árabes foram expulsos dali. Não só o cenário, mas também são antigos os ofícios de parte da população que ainda vive do artesanato.
Para os que viajam por Portugal de carro, Óbidos também pode servir de base para visitas às principais cidades da Estremadura e do Ribatejo, como Tomar, Fátima, Alcobaça, Batalha e Peniche. É também ponto estratégico para explorar as belezas naturais da região: está a poucos quilômetros da Lagoa d’Óbidos, do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, e também de Peniche, de onde zarpam os barcos para as Ilhas Berlenga, a 12 quilômetros da costa, santuário de aves e peixes. A muralha que virou mirante para turistas, avista-se toda a cidadela. O propósito original era permitir o rápido deslocamento dos soldados que tomavam conta da forticação. Mas hoje são os turistas que usam o caminho que acompanha todo o trajeto da muralha de pedra que protege Óbidos, com 1,5 quilômetro de extensão. Pelo alto é a melhor maneira de se
apreciar a cidadela de arquitetura caprichada. Logo depois de entrar pelo portão sul, o acesso principal, também chamado de Porta da Vila, basta subir a escada de pedras, à esquerda, para começar o passeio ao redor de Óbidos. Dali é possível avistar o movimento de turistas na Rua Direita, o principal corredor comercial, e muitas torres, tanto as do castelo, ao fundo, quanto as das 14 igrejas e capelas…
Próxima parada… Mafra
No caminho para Mafra passamos para almoçar na pequena Vila de Lousa. Esta Vila que conserva a tradição secular portuguesa foi uma recomendação do nosso amigo João. Almoçamos por lá e seguimos para Mafra. A Vila pode ser acessada pela IC1 saída 4 no município de Montachique.
Esta vila portuguesa, pertencente ao Distrito de Lisboa é famosa pelo seu Palácio-Convento. O Palácio Nacional de Mafra foi mandado construir por D. João 5º na primeira metade do século 18, em consequência de uma promessa que o jovem rei zera se a rainha
D. Maria Ana de Áustria lhe desse um herdeiro. O Palácio de Mafra é o mais signicativo monumento do estilo barroco em Portugal, integrando um Paço Real, uma Basílica, um Convento Franciscano e uma importante Biblioteca, síntese do saber enciclopédico do século 18.
O maior tesouro do palácio é sua a biblioteca, com uma coleção de mais de 40.000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, incluindo uma primeira edição de “Os Lusíadas de Luís de Camões”.
No reinado de D. João VI o Palácio foi habitado durante todo o ano de 1807, antes da partida da corte para o Brasil, e a ele se deve a renovação decorativa de algumas das salas mais importantes. Na maior parte do tempo, o Palácio-Convento foi visitado apenas esporadicamente e o mesmo se passou depois do seu regresso à corte de Portugal.
Deste palácio partiu para o exílio o último rei português, D. Manuel 2º, em 5 de Outubro de 1910, depois de proclamada a República.
Depois da visita ao Palácio de Mafra seguimos para Sintra.
É um daqueles lugares cheios de magia e mistério onde a natureza e o homem se conjugaram numa simbiose tão perfeita, que a UNESCO o classicou como Patrimônio da Humanidade.
Palácio da Pena: localizado no alto da Serra surge o Palácio da Pena, fruto do sonho de um rei artista, D. Fernando de Saxe-Coburgo Gotha, que hoje é considerado o mais belo e conservado palácio em terras portuguesas. Seu interior em arte barroca, os quartos reais, a vista panorâmica e suas cores farão o visitante perder (ou melhor ganhar) horas e mais horas caminhando entre suas diversas salas e saguões abertos. Sintra ainda exibe com elegância os palacetes como Monserrate, envolvido na exuberância do seu parque exótico e de quintas como a Regaleira. Andando por Sintra pode descer ao período neolítico na Tholos do Monge e desfrutar dos horizontes nas muralhas do castelo dos Mouros, sentir a austeridade do Convento dos Capuchos, sensibilizar-se nos recantos do Parque da Pena, local de amor e exotismo.
No centro histórico da vila faça um apaixonante roteiro pelo passado humano, feito de ruas labirínticas, escadinhas e arcadas das casas. Castelo dos Mouros: construído no século 8 pelos mouros, durante sua ocupação, o Castelo dos Mouros está sobre dois cumes da Serra de Sintra. Conquistado definitivamente depois de várias tentativas, por D. Afonso Henriques, em 1147, ali foi construída a primeira capela cristã do Conselho, dedicada a São Pedro. Para visitar o local é preciso fazer caminhadas que levam em média 40 minutos entre os bosques de Sintra. Roupas e sapatos confortáveis ajudam na caminhada. O Palácio e Quinta da Regaleira são formados por jardins, poços, torres, lagos, monumentos e grutas, considerados pelos portugueses como um percurso sagrado.
Saindo de Sintra em direção a Lisboa passamos pelo Cabo da Roca.
O Cabo da Roca é o ponto mais ocidental do Continente Europeu ou, como escreveu Luís Vaz de Camões, o local “Donde a Terra se acaba e o mar começa” (Os Lusíadas, Canto 8º). Um “marco” em pedra com uma lápide assinalam esta particularidade geográca.
O Cabo da Roca é também denominado “Focinho da Roca” pelos pescadores da região e mais poeticamente por “Promontório da Lua”. Está integrado no Parque Natural de Sintra-Cascais, na qual engloba uma vasta área de interesse natural e beleza paisagística que vai desde a Cidadela de Cascais até à foz do rio Falcão.
Partindo do Cabo da Roca é possível seguir variadas trilhas ecológicas. No Cabo da Roca, o visitante depara-se com uma paisagem espetacular, um imponente farol e infraestrutura variada.
Neste local encontram-se uma das espécies de vegetais mais raras do mundo: a “armeria pseudoarmeria”.
Saindo do Cabo da Roca, em direção à Lisboa, passamos por Cascais e Estoril com seu fabuloso Cassino, hoje o maior em funcionamento em toda Europa.
Quer saber mais sobre o que fazer em Lisboa e outras cidades pelo mundo? Acesse: www.malaparadois.com
Por Edi Marques & Flávia Ghelli, administradores do site Mala Para Dois