Um roteiro de 12 dias pela Alemanha
Selecionamos Hamburgo, por ser a segunda maior cidade da Alemanha e o segundo maior porto da Europa, Berlim por ser a capital e por toda a bagagem histórica e cultural que ela carrega, Munique, por sua história, por ser a terra do Oktoberfest, de gente feliz e por ficar próxima ao castelo de Neuschwanstein, Freiburg, por ser a porta de entrada para a Floresta Negra e por ter o charme das pequenas cidades alemãs e Colônia, por ser um importante centro econômico alemão e por sua arquitetura e cultura.
Fizemos nossas reservas com antecedência nos hostels e pelo AirBnB (que em muitos lugares possui valor igual ou até mais barato do que os hostels comuns) , bem como as passagens de ônibus e trem, e isso evitou que maiores contratempos acontecessem durante a viagem e ainda ajudou a diminuir os custos, já que na Alemanha sai muito mais barato os trajetos de trem e ônibus do que avião. Além de que, viagens de trem pela Alemanha valem muito a pena, pois suas paisagens e cidades pequenas que se escondem pelo caminho são maravilhosas.
Hamburgo
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Hamburgo é a segunda maior cidade da Alemanha e o segundo maior porto da Europa, perdendo apenas para Roterdam, na Holanda. É um lugar com bastante atrações e entre elas escolhemos o centro novo, a prefeitura, a igreja de St. Nikolai, suas ruínas, pelo menos, já que grande parte dela foi destruída na II Guerra Mundial. Também fomos conhecer as ruas do bairro St. Pauli, a “zona vermelha” de Hamburgo, com seus cabarés, salas de vídeo, night clubs e incontáveis sex shops. Também um bairro com diversos pubs, cafés e barzinhos.
E se você está se perguntando se o nome da cidade tem algo a ver com o famoso “hambúrguer”, a resposta é SIM! Foi lá que “nasceu” o hambúrguer. Por ser uma das portas de entrada da Europa, Hamburg recebia bastante russos pelo seu porto. Eles tinham o costume de divulgar sua culinária e uma delas era um prato que consistia em carne crua moída e amassada. Os alemães não quiseram experimentar aquilo cru de jeito nenhum, então assavam antes de comer. E assim surgiu essa iguaria culinária que todo mundo ama.
Aproveitamos para degustarmos as famosas cervejas alemãs e em Hamburgo é um lugar muito barato para tomar cerveja. A culinária também é bem variada, pois há muitos imigrantes de países árabes, bem como indianos, com suas lanchonetes, kebbaberias e mercadinhos.
Quanto a hospedagem, em Hamburgo, nos hospedamos pelo AirBnB.
Ruínas da Igreja St. Nikolai, que foi parcialmente destruída na Segunda Guerra Mundial[/img]
Berlim
Levamos em torno de duas horas de trem para irmos de Hamburgo até Berlim e quando chegamos lá, foi muito fácil encontrarmos o hostel que havíamos reservado. O transporte público em Berlim é bem amplo e acessível e ajuda na hora de cortar gastos.
Sem dúvida nenhuma, Berlim foi uma das cidades mais lindas que já visitamos. Além da beleza indescritível da cidade, com sua arquitetura fenomenal (muitos prédios restaurados depois da II Guerra Mundial), a cultura e a história que essa cidade carrega é imensa. Depois de 6 anos de guerra e 12 anos de Regime Nazista, sua população ainda passou por mais 28 anos de divisão, ao decorrer da Guerra Fria, com um muro dividindo a cidade entre Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.
Assim como na maioria das grandes cidades que passamos pela Europa, fizemos o free tour, com um guia nos explicando e contando a história dos pontos principais da cidade. Aconselhamos esse tipo de tour, porque é tão completo como os tours pagos (que geralmente não são muito baratos).
Centro de Berlim à noite[/img]
Muro de Berlim
Uma barreira física foi construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), no período da Guerra Fria e dividia a cidade de Berlin em duas partes: oriental e ocidental, além de simbolizar a divisão do país em dois blocos: República Federal da Alemanha (RFA) e República Democrática Alemã (RDA). Foi construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, com 66,5 Km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para cães de guarda. Os militares da Alemanha Oriental o vigiavam e tinham ordens para matar aqueles que tentassem escapar, o que resultou em 80 mortes, 112 feridos e mais milhares de pessoas aprisionadas.
Em 9 de novembro de 1989, a Alemanha Oriental comunicou que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlin Ocidental. Milhares de alemães orientais subiram e atravessaram o muro e o encontro dos dois povos, divididos por 28 anos trouxe clima de celebração. Ao longo dos dias seguintes, partes do muro foram destruídas por caçadores de souvenirs e pelo público eufórico. Depois, equipamentos industriais foram utilizados na remoção de quase todo o muro. A queda do muro abriu caminhos para a reunificação alemã, dando fim à Guerra Fria.
Portanto, algumas poucas partes do muro ainda estão conservadas e as visitas são gratuitas. Sem contar que há uma marca no chão, passando por toda cidade, identificando aonde estava o muro antes de sua queda.
Algumas das partes do muro foram expostas em pontos estratégicos da cidade[/img]
Topografia dos terrores
A Topografia dos Terrores (Topographie des Terrors) é um dos locais de lembrança que existem em Berlin onde é possível ver documentados, os horrores praticados pelos nazistas, a fim de que esses crimes e atrocidades nunca caiam no esquecimento. Ela se encontra no local que antes era sede da Gestapo, a polícia secreta e da SS (tropa de proteção nazista).
Checkpoint Charlie atualmente[/img]
Memorial do Holocausto
A uma quadra do Portão de Brandemburgo fica o Memorial do Holocausto, construído pelo arquiteto americano Peter Eisenman em 2004. Como o nome já sugere, o Memorial aos Judeus Mortos da Europa é um memorial dedicado aos seis milhões de judeus mortos no regime nazista.
A intenção do arquiteto era produzir uma atmosfera confusa e causar a sensação de instabilidade, como se a escultura representasse um sistema que perdeu o contato com a razão humana.
Coluna da Vitória
É um dos cartões-postais mais famosos de Berlim, já tendo servido de cenário para a gravação do vídeo da música “Stay, Farway so Close” do U2. Foi desenhada por Heinrich Strack, com o propósito de comemorar a vitória da Prússia sobre a Dinamarca na guerra Prússia-Dinamarca de 1864. Se localiza no meio do parque Tiergarten, na rotatória Grosser Stern (Estrela Grande) – já que esta rotatória dá acesso a cinco ruas, assim como uma estrela tem cinco pontas.
Nova Casa da Guarda
Um prédio localizado próximo à Universidade Humboldt, obra do arquiteto Karl Friedrich Schinkel, construído nos anos de 1816 e 1818, para servir de casa para os guardas da realeza. Em 1931 o arquiteto Heinrich Tessenow remodelou o prédio afim de que se tornasse um memorial aos mortos da Primeira Guerra Mundial. Dentro do prédio há uma única escultura, a de uma mãe com seu filho morto no colo e no chão a frase: “Às vítimas da guerra e da tirania”.
Universidade Humboldt
Fundada em 1810, a universidade acolheu vários pensadores alemães dos últimos dois séculos, entre eles o filósofo Johann Gottlieb Fichte, o teólogo Friedrich Schleiermacher, o filósofo idealista G.W.F. Hegel, o teórico legal romântico Savigny, o filósofo pessimista Arthur Schopenhauer, o filósofo idealista objetivo Friedrich Schelling, e os famosos físicos Albert Einstein e Max Planck. Os fundadores da teoria marxista Karl Marx e Friedrich Engels freqüentaram a universidade, assim como o poeta Heinrich Heine, o unificador alemão Otto von Bismarck, o fundador do Partido Comunista da Alemanha Karl Liebknecht e o unificador europeu Robert Schuman. A universidade teve 29 ganhadores do Prêmio Nobel.
Depois de 1933, como todas as universidades alemãs, foi transformada em uma instituição nazista de ensino. Foi da biblioteca da Universidade que 20 000 livros escritos por “degenerados” e oponentes do regime foram retirados para serem queimados em 10 de maio daquele ano na Opernplatz (hoje Bebelplatz) para uma demonstração defendida pela SA, que também incluiu um discurso de Joseph Goebbels.
Portão de Brandemburgo
Localizado na Pariser Platz é um dos cartões postais mais famosos de Berlin. Sua construção foi ordenada pelo rei Friederich Wilhem II, da Prússia e projetado pelo arquiteto Carl Gotthard Langhans. Há séculos atrás, quando Berlin ainda era pequenininha, a cidade era toda cercada por muros e o portão de Brandenburgo era um dos portões de entrada e o único que ainda existe.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o portão foi danificado pelos bombardeios. Somente 10 anos após o final da guerra o portão foi restaurado.
Festival de Cerveja
Tivemos a sorte de passarmos por Berlin na mesma semana do festival! Acontece sempre na primeira semana de agosto e lá ficam expostas mais de 2.000 marcas de cervejas, além de várias opções de comidas.
Munique
A terceira cidade é a capital da Bavária: Munique. É a terceira cidade mais populosa da Alemanha, perdendo apenas para Berlim e Hamburg. É em Munique que é realizado anualmente o Oktoberfest, a festa tradicional alemã e da cerveja, que é a maior do mundo, sendo o evento uma das principais atrações turísticas da Alemanha e é por isso que Munique é também conhecida como a capital da cerveja. Ficamos encantados com a beleza da cidade. As pessoas todas alegres passeando com a família no final de semana, pelas ruas e parques, as praças e os monumentos todos tão conservados, mesmo depois de um passado tão duro, de terem enfrentado bombardeios e a cidade ter sido tão massacrada durante a 2ª Guerra Mundial, onde era conhecida com uma das capitais do nazismo.
O que constatamos foi que, apesar de todo o contexto histórico de guerra e sofrimento, a fama da cidade em ser uma das mais alegres da Alemanha não era apenas lenda. A energia da cidade é realmente muito boa!
Marienplatz
Fundada no ano de 1158, é um dos cartões postais da cidade e para quem é turista, mesmo que esteja apenas passando pela cidade, conhecê-la é algo imperdível. A Marienplatz (Praça de Maria) abriga a Neues Rathaus, que é a nova câmera municipal e também a prefeitura da cidade. Construída em estilo gótico, o edifício também abriga o Glockenspiel, o relógio da torre que, todo dia, às 11 da manhã, conta em 15 minutos a história do casamento do Duque William V da Bavária, que foi também o fundador da cervejaria Hofbrauhäus. Para se contar essa história, além dos personagens presentes no relógio (espécie de bonecos alegóricos), a apresentação também conta com a participação de mais de quarenta sinos.
Englischer Garten
É considerado o parque mais famoso da cidade e também um dos maiories, com uma área de 4,17 km². É pra lá que vão os habitantes de Munique nos finais de semana, seja para um pic nic, pra relaxar, fazer uma caminhada, passear com o cachorro ou beber um chop. Lá se encontram várias barraquinhas, que vendem desde chop de um litro até o famoso currywurst (salsichas com molho de tomate e curry, acompanhadas de fritas).
O famoso currywurst: salsichas com molho de tomate e curry e fritas[/img]
Konigplatz
Em português, significa “A Praça do Rei”. É uma praça composta de edifícios neoclássicos e é considerada um centro de vida cultural e artística. Foi desenvolvido por Karl von Fischer com a intenção de ser uma expressão das idéias urbanas de Ludwig da Bavária (o que justifica o nome do local). Vale lembrar que essa praça foi muito utilizada durante o terceiro reich para desfiles e manifestações nazistas.
Museu de antiguidades de Munique, também localizado na Konigplatz[/img]
Propylaea
Um dos portões da cidade, situado à oeste da Konigplatz, construído por Leo von Klenze em 1862. Sua arquitetura foi inspirada na Propylaea da Acrópolis de Atenas e por isso leva esse nome. Foi construído como memorial da ascensão do trono de Oto da Grécia, que era filho do rei Ludwig da Bavária.
Hofgarten
Como o próprio nome já diz, era o jardim utilizado pela corte de Munique e fica próximo ao Munich Residenz. Dentro do jardim também estão situadas o Templo de Diana e a Bayerische Staatskanziel, a chanceleria do estado da Bavária.
Bayerische Staatskanziel, a chanceleria do estado da Bavária.[/img]
Cervejaria Hofbrauhäus
Também um dos pontos imperdíveis de qualquer viagem à Munique. É considerada a cervejaria mais famosa do mundo e está localizada no centro da cidade. Foi fundada em 1589 pelo Duque William V da Bavária, cujo objetivo era evitar comprar as cervejas da Saxônia. A princípio, era apenas para o consumo do rei e só em 1828 foi aberta ao público. Na 2ª Guerra Mundial, sua estrutura foi destruída em um bombardeio, sendo reconstituída apenas em 1958.
Parte de trás do castelo[/img]
Em Munique, ficamos hospedados em hostel e fomos até Freiburg de ônibus.
Freiburg
Considerada a “porta de entrada” da Floresta Negra, Freiburg é uma das cidades mais quentes e ensolaradas da Alemanha (apesar de termos passado por lá com o tempo um pouco nublado e chuvoso). É cercada de montanhas e vegetação por todos os lados, sendo destaque em qualidade de vida, desenho urbano e mobilidade, tendo um ótimo serviço de transporte público, planejado para que não haja nenhum tipo de veículos no centro da cidade. Por essas e outras ela ficou conhecida como “ecocity”, além de se destacar como centro de pesquisas e produção de energia solar. Para alguns, ela é a “Toscana da Alemanha”, sendo também cidade universitária e sua universidade tem sido muito procurada pela qualidade de ensino que ela proporciona.
Freiburg Münster, a Catedral de Freiburg[/img]
Em Freiburg, ficamos hospedados pelo AirBnB e fomos até Colônia de trem.
Colônia
É a cidade grande mais antiga da Alemanha e é a quarta maior cidade da Alemanha nos dias atuais. Também é um dos portos fluviais mais importantes do país. Ela leva destaque por ser considerada capital urbana, econômica, cultural e administrativa do estado da Renânia. Tem aproximadamente 1 milhão de habitantes, sendo a 16º maior cidade da União Européia em população.
Vale citar como destaque a Catedral de Colônia, notável por sua arquitetura em estilo gótico e por ser o marco principal da cidade. Sua construção se iniciou em 1248 e só foi finalizada em 1880, 600 anos depois! Isso se deu devido à várias interrupções da construção ao longo dos anos. Quando foi concluída, era considerada o prédio mais alto do mundo, com seus 157 metros. A Catedral é dedicada a Maria e a São Pedro e é Patrimônio Mundial da UNESCO.
Em Colônia, ficamos hospedados pelo AirBnB.
Nos despedimos da Alemanha e continuamos nossa viagem até a Holanda.
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