Um roteiro pelo Louvre

Considerado um dos maiores e mais famosos museus do mundo, o Louvre foi fundado em 1190 por Felipe 2º, como uma fortaleza para defender a cidade de Paris dos ataques dos vikings (inclusive, no subsolo do museu, é possível ver as ruínas dessa fortaleza). Só bem mais tarde, no século 16, os reis Luís 13 e Luís 14 (sim, aquele rei que inventou o salto alto) transformaram o palácio do Louvre em aquilo que vemos hoje. É importante mencionar que logo depois disso, a família real se mudou para o palácio de Tulheiras e logo após para o palácio de Versalhes e, desde então, o Louvre é usado como museu.

O museu fica no centro de Paris, entre o rio Sena e a rue de Rival, próxima à Champs-Elysées e abrange 8 mil anos de cultura das civilizações orientais e ocidentais.

Dizem que, se você admirar cada uma das obras do Louvre por 10 segundos, você demoraria três meses para ver todas elas. Não chegamos nem perto de ver a metade das obras e reservamos um dia inteiro para isso. A fim de evitarmos perder tempo (e paciência) em filas, compramos nossos ingressos com antecedência.

Para chegarmos no museu, utilizamos o metrô, que foi o meio de transporte que utilizamos por toda a nossa estadia em Paris. Descendo na estação Royal-Musée du Louvre, na linha 1, você já tem acesso ao museu, é só acompanhar as sinalizações. Você irá sair no shopping do subsolo, o Carrousel du Louvre, e logo ao lado, já visualizará o hall principal. É possível também entrar pela pirâmide de vidro, que fica na frente do palácio, no pátio central.

Uma dica: o museu é gigante e é muito, muito fácil mesmo se perder por lá. O ideal é que se coloque numa lista todas as obras que você queira ver e depois, veja no mapa do museu qual é a ala e a sala em que elas se encontram. Essa foi uma forma de economizar tempo para conseguirmos ver tudo o que queríamos com calma e tranquilidade.

O Louvre possui 5 andares: térreo, primeiro e segundo, subsolo (onde fica o hall principal) e mezanino, entre o subsolo e o nível da rua. Ele também é dividido em três alas: Richelieu, Denon e Sully.

Essas foram as obras mais famosas que vimos no Louvre:

VÊNUS DE MILO

Escultura grega datada do ano 100-190 a.C e com 198 cm, aproximadamente, a Vênus de Milo foi encontrada na ilha de Milos, no Mar Egeu no século 2 a.C. Foi descoberta no ano de 1820. Algumas fontes afirmam que se trata da deusa do amor e da beleza, Afrodite, que era chamada de Vênus pelos romanos. Ninguém sabe que fim levou seus braços, pois já foi encontrada sem e há vários mitos e controvérsias sobre o paradeiro deles.

A Vênus de Milo fica na ala Sully, térreo, sala 16.

VITÓRIA DE SAMOTRÁCIA

Representa a deusa grega Nice (a vitória representada por uma mulher alada), tem 3,28 metros de altura e foi esculpida por volta do ano 190 a.C. Foi descoberta pelo arqueologista francês Charles Champoiseau na Ilha de Samotrácia, em 1863. Conta-se que Charles a encontrou fragmentada em 118 pedaços e que ela só foi remontada no próprio Louvre em 1864. Assim como os braços da Vênus de Milo, também não se sabe o que aconteceu com a sua cabeça.

A Vitória de Samotrácia fica na ala Denon, 1º andar, em destaque no patamar da escada.

CÓDIGO DE HAMURABI

É uma compilação de 282 leis da antiga Babilônia (Iraque), sendo a Lei do Talião (olho por olho, dente por dente) a mais conhecida. Acredita-se que foi escrita pelo rei Hamurabi em 1700 a.C., aproximadamente e foi encontrado em 1901 por uma expedição francesa em Susa, no Irã.

É um monumento talhado em rocha de diorito e possui 46 colunas com 282 leis em 3600 linhas. A numeração vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por superstições da época. A peça tem 2,25 m de altura, 1,50 metro de circunferência na parte superior e 1,90 na base.

O Código de Hamurabi pode ser encontrado na ala Richelieu, térreo, sala 3.

PSIQUÉ REVIVIDA PELO BEIJO DE EROS

Obra de Antônio Canova, feita em 1787, simbolizando o mito que conta a história de amor de Eros (deus do amor) e Psiquê (alma).

A obra pode ser encontrada na ala Denon, térreo, sala 4.

DIANA DE VERSALHES

Obra de 325 a.C., esculpida em mármore branco, com aproximadamente 2 metros de altura. É uma cópia de um original feito em bronze do escultor grego Leocares, e que foi perdido na era imperial romana. Foi descoberta na Itália, mas não se sabe ao certo em qual localidade.

 Fica na ala Sully, térreo, sala 11.

ESFINGE DE TANIS

Considerada uma das maiores esfinges expostas fora do Egito, a escultura mede 1,83 metros de altura, 4,8 metros de comprimento e 1,5 metros de largura. Foi encontrada em 1825 na cidade de Tanis, capital do Egito Antigo, nas ruínas do Templo de Amun. Não se sabe precisamente o ano em que foi esculpida, mas especula-se que tenha sido no ano de 2600 a.C. Não se sabe qual faraó foi representado pelo esfinge.

Pode ser encontrada na ala Sully, mezanino, sala 1.

ESTÁTUA DE RAMSÉS II

Foi o terceiro Faraó da dinastia egípcia. Reinou entre 1279 a 1213 a.C., sendo o seu reinado o mais prestigioso e mais longo da história egípcia.

Está na ala Sully, térreo, sala 12

APARTAMENTOS DE NAPOLEÃO 2

É possível também visitar a moradia oficial do imperador Napoleão II, sobrinho do conhecido Napolão Bonaparte. Os aposentos são, até hoje, muito luxuosos e conservados, uma parte do museu que vale a pena ser visitado.

Fica na ala Richelieu, 1º andar, salas 83 a 87.

A RENDEIRA DE VEERMER

Uma das obras mais famosas do pintor holandês Johannes Vermeer, produzida entre os anos de 1669 e 1670. Caracteriza o período barroco holandês. Como toda obra do artista, a pintura mostra uma pessoa realizando uma tarefa próxima aos seus objetos de trabalho.

Pode ser encontrada na ala Richelieu, 2º andar, sala 38.

A MADONA DAS ROCHAS

Obra de Leonardo da Vinci, é imperdível para quem leu ou é fã de O Código da Vinte. A Madona das Rochas retrata a Virgem Maria de túnica azul com o braço envolvendo o Menino Jesus, diante dela se encontra sentado Uriel com o pequeno João Batista.

Está na ala Denon, 1º andar, sala 5.

A LIBERDADE GUIANDO O POVO

Uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830, na queda de Carlos X. A pintura ilustra uma mulher representando a Liberdade, guiando o povo por cima dos corpos dos derrotados, levando a bandeira da revolução francesa em uma mão e um mosquete em outra. É considerada a pintura mais famosa do artista.

Pode ser encontrada na ala Denon, 1º andar, sala 77.

AS BODAS DE CANÁ

Obra de Paulo Veronese, pode-se dizer que é uma das obras mais “injustiçadas” do Louvre, pois todos aqueles que vão para a sala onde a obra se encontra, vão apenas para ver uma obra bem pequenininha que fica em frente à obra de Veronese: isso mesmo, a Mona Lisa. Pois, no meio de tanta multidão, cotoveladas e empurrões para clicar a obra mais valiosa do mundo, a maioria esquece de dar um pouquinho de atenção à imensa obra que está disponível logo ali, na frente da Gioconda. O quadro possui 6 metros de altura por 9 metros de comprimento. A pintura retrata o casamento onde Jesus transformou água em vinho, descrito na bíblia. O curioso é que Veronese criou a obra a partir de um ponto de vista veneziano, o que deixa a obra ainda mais rica e curiosa. Se forem para o Louvre, após verem a maravilhosa Gioconda, por favor, não ignorem essa obra!

Fica na ala Denon, 1º andar, sala 6.

A COROAÇÃO DE NAPOLEÃO

Obra do pintor francês Jacques-Louis David. Retrata a coroação de Napoeão e Josefina em 1804, na Catedral de Notre-Dame. A obra foi feita entre os anos de 1805 e 1808 e possui 6,29 metros de altura por 9,79 metros de largura.

Uma curiosidade: a mãe de Napoleão aparece sentada no fundo do quadro, mas, na verdade, ela não compareceu à coroação, pois odiava a nora Josefina. Napoleão ficou muito triste com o ocorrido, pois amava muito a mãe e pediu para que o pintor a colocasse ali de qualquer maneira.

Fica na ala Denon, 1º andar, sala 75.

MONA LISA (LA GIOCONDA)

A obra mais famosa de Leonardo da Vinci, sendo uma das obras mais famosas e a mais valiosa do mundo, a Mona Lisa é a obra mais visitada e disputada do Louvre. É necessário ter muita paciência e travar uma guerra para conseguir um espaço para admirá-la. Além de estar a uma certa distância do público, por motivos de segurança, ela também possui uma proteção de vidro para garantir que fique sempre segura.

 

A obra, de 1506, é cercada de mitos e especulações. Alguns afirmam que ela foi uma amante de Da Vinci, outros afirmam que há mensagens ocultas por todo o quadro e por aí vai (Dan Brown que o diga).

Muitas pessoas já haviam nos falado e nós confirmamos: ela é muito menor do que pensamos que é. Mas isso não diminui a sensação de encontrá-la e admirá-la.

Está na ala Denon, 1º andar, sala 6.

Mais alguns registros da nossa tarde no Louvre:

 
 
 

Nós somos Bruna Sturzbecher e Renato Gouvêa, do blog Road For Two e a França foi um dos países pelos quais passamos em nossa viagem pela Europa. Para companhar nossas dicas e atualizações, siga-nos no Facebook e no Instagram.